sábado, 4 de agosto de 2007

Ouvi, ouvi, ouvi...

É preciso saber ouvir. Muitas vezes não é nada fácil, mas é preciso. Mas do que de bons falantes a sociedade actual tem necessidade de bons ouvidores. Hoje ninguém escuta ninguém, ou melhor, raramente o faz. Quando muito, as pessoas estão caladas, mas escutando-se a si mesmas.

Hoje estive com muita gente. E lá iam surgindo, de uma forma ou de outra, as queixas e as lamentações. Três foram as referências dos desabafos: a saúde, o custo de vida e a segurança.

A saúde, cada vez mais cara, menos rápida e menos acessível. E os casos jorram. Tanta vez com a marca do desenlace infeliz! As pessoas não clamam tanto contra o Centro de Saúde local. O problema é que muitas situações de sofrimento não se podem resolver aqui. E quando é preciso sair, começam os cabos das tormentas...

Não houve uma única das muitas comissões de festas desta comunidade que não me referisse isto: " Pessoas que em tempos davam 5/6 contos para a festa, agora para darem 15/20 euros é o bom e o bonito!" E iam acrescentando: "O povo está descapitalizado..."
Os ordenados mal sobem, o desemprego aumenta, o emprego precário alastra, o preço das coisas não pára de subir, as necessidades não cessam de crescer, educar hoje um filho custa muito mais do que antigamente, as reformas desta gente roçam a vergonha, os remédios encarecem...

A segurança é outro problema. Alguns roubos vão retirando confiança e serenidade às pessoas. Conforme se diz por aí, muitos dos assaltos são realizados por adolecentes. Caso seja verdade, quem estará a aproveitar-se dos adolecentes? Quem os manobrará na sombra? É que pode haver gente para tudo. Para não ter problemas com a justiça, é capaz de lançar mão de adolescentes. Claro que também é possível que ajam por livre iniciativa. Não esqueçamos que famílias desestruturadsas geram frequentemente crianças e jovens desestruturados.
As pessoas queixam-se que sentem pouca protecção policial. O Posto da GNR tem pouca gente e, como tal, a autoridade não pode estar onde era necessário que estivesse. Só me pergunto que têm feito a sociedade civil e as autarquias para que o Posto tenha os agentes que o Concelho precisa. Sem segurança nenhuma comunidade progride.

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