quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Casos lacinantes de pobreza

A cada passo me chegam casos lacinantes de pobreza. Que me tocam e me marcam profundamente. Porque "o bem não faz barulho e o barulho não faz bem", não devo citar aqui situações humanas aflitivas. Mas elas existem, garanto!!!
Jovens que querem a todo o custo tirar o seu curso e não possuem meios para o fazer; ausência de emprego a empurrar pessoas para a fome; famílias arruinadas porque lhes bateu à porta a droga; idosos a passarem mesmo mal porque a reforma fica quase por inteiro nas farmácias; subida imparável do custo de vida a contrastar com ordenados baixíssimos e empregos precários; agricultura de subsistência, onde os meios de produção são cada vez mais caros e o produto final embaratece cada vez mais - e quando tem saída!; a subida das taxas de juro; etc, etc

Penso em dois tipos de pobreza:

1º A pobreza provocada por falta de tino para a pessoa se governar. Do estilo, quanto ganha quanto gasta. Quando há, fartura e extravagância; quando não há ...
Esta é a pobreza mais difícil de combater e afecta pessoas e famílias desorganizadas, com baixa auto-estima, sem projecto de vida. Gente muito susceptível de cair nas malhas do vício.
Penso que uma parte das pessoas abrangidas pelo "ordenado mínimo garantido" - actualmente tem outro nome - se enquadra neste tipo.

2º A pobreza "envergonhada". Algumas das situações deste tipo de pobreza enumerei-as acima.
Em geral, esta gente precisa apenas de um "empurrãozinho" para se poder integrar na marcha da vida. Depois caminham pelos seus próprios meios.
A crise económica que se vive desde há demasiado tempo é a principal causa desta pobreza que normalmente não dá nas vistas, é envergonhada.

Os cristãos e todas as pessoas de bem são chamados a colocar a pobreza em cima da mesa das suas preocupações, desenvolvendo a "fantasia da caridade".
Passa sobretudo por aqui o testemunho da nossa adesão a Jesus Cristo, já que "onde houver caridade e amor, aí habita Deus".
Penso numa Igreja mais "agressiva" na caridade, mais afoita, mais decidida, mais comprometida. Com discrição, sem alardes, serena.
Ajude-se o pobre, não se exponha o pobre.
Uma areia não faz a praia, mas sem cada uma das areias, não existiria praia.

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