Revoltam-me certas cenas de trabalho infantil que a comunicação nos mostra, especialmente em certos países asiáticos.
Trabalho quase escravo. Crianças a quem foi negado o direito de ser criança.
Crianças a quem foi negado o direito à escola, porque lhe foi imposto o dever de trabalhar.
Crianças a fazer o trabalho de adultos com ordenados (?) de miséria.
Crianças exploradas para lá dos limites das suas forças.
Criança roubadas à brincadeira.
Mas penso que por cá se cai no extremo oposto. Crianças mimadas e super-protegidas a quem nada é pedido e tudo é oferecido.
Ajudar os pais a pôr e levantar a mesa das refeições, será exploração da mão-de-obra infantil?
Limpar a loiça será exploração da mão-de-obra infantil?
Fazer a cama, varrer o quarto, colocar a roupa na máquina, manter as coisas em ordem, será exploração da mão-de-obra infantil?
Aprender a fazer uma sopa ou um prato simples, será exploração da mão-de-obra infantil?
fazer um recado, será exploração da mão-de-obra infantil?
Dar de comer ao cão, ao gato, aos coelhos e às galinhas, será exploração da mão-de-obra infantil?
Apanhar meia dúzia de batatas no campo, debulhar uns feijões, apanhar umas alfaces, regar o jardinzito da casa, cuidar do irmão mais novo, será exploração da mão-de-obra infantil?
Cai-se hoje no extremo oposto. Há 50 anos, ainda a menina andava com a chupeta na boca e já lhe exigiam que soubesse cuidar da casa. Hoje temos raparigas com 14/16 anos e que não sabem fazer uma simples sopa, coser um botão, passar a ferro um saia...
Aprendem, isso sim, a discutir com as mães por causa da roupa logo de manhã. O que lhes falta em trabalho, sobra em vaidade!
Penso que, apesar de tudo, os garotos são mais trabalhadores. Hoje já participam nas lides de casa, dão algum contributo nos trabalhos... Todos? Não. Podiam fazer mais? Sim, se tantos pais não fossem papás, mas pais mesmo!
Pergunto:
- Não será exploração da dignidade das crianças e dos adolescentes deixá-los dias e dias a apodrecer nas piscinas, nos cafés ou dependurados em computadores, televisões e telemóveis?
Ouve-se: "Ah! Não tenho que lhe dar a fazer!" Não? As lides de casa? E em casa dos avós ou dos tios não poderiam ser úteis? Mais, não poderiam aí fazer pequenas tarefas que os ajudassem a preparar para a vida?
"O trabalho do menino é pouco. Mas quem no despreza é louco" (popular).
Ora nem mais...
ResponderEliminarFelizmente sempre trabalhei no campo e em casa... sei um pouco de tudo. Contudo há muita gente, e já grandinha, que nem sabe fritar um ovo!
Estão sempre à espera da empregada.
R. A.
Ahahahahah!
ResponderEliminarPiadinha!
A razão centra-se na falta de exigência.
ResponderEliminarE não há exigência porque falta o respeito.
Com a falta de respeito, a necessidade supre-se com a marginalidade.
Por temerem a marginalidade, muitos pais optam pela facilidade.
E, quem tem autoridade moral para os acusar?...
NPL