IMAGINEMOS.
Sonhar ainda não paga imposto.
Então imaginemos.
O governo decidiu que, nas várias regiões do país, o IVA poderia variar conforme decidissem os órgãos competentes locais, desde que fosse atingido o valor mínimo fixado por lei.
Na região A, os órgãos locais reuniram, estudaram, debateram e chegaram a um acordo votado maioritariamente.
Na região B, a primeira reacção foi não ligar. Mas, vendo que a lei ia mesmo para a frente, arrepiaram caminho e também aqui se chegou a um acordo que viesse a salvaguardar o mínimo estabelecido.
Na região C, desde o início e durante todo o processo, a posição foi de frontal recusa. Que não senhor, não iam correr esse risco; que não queriam ser apontados como os que carregam de impostos mais uns do que outros; que não era justo, pois o mínimo fixado era já uma loucura; que os impostos quebrados na sua região estavam bem como estavam, não sendo preciso mexer. E foi feita uma campanha, eivada de demagogia, tentando vender às populações o seu ponto de vista...
Nas regiões A e B, os impostos ficaram mesmo pelo mínimo fixado por lei. Na região C, como não foi feito o trabalho de casa, os impostos aplicados a partir da Entidade Central, foram muito além do mínimo exigido pela lei.
Perante isto, a região C entrou em fúria. Houve manifestações, gestos de protesto, correria para o centro de poder nacional, recurso a tribunais...
Só que todos estes gestos de indignação recaem pura e simplesmente sobre quem não fez o devido trabalho de casa. Quem não exerce os seus direitos sujeita-se à imposição dos deveres.
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