Paul Krugman voltou hoje a alertar para a inevitabilidade de os salários terem de descer em Portugal.
Questionado sobre a redução de 20% a 30% em relação aos salários alemães que defendeu,o economista e prémio Nobel disse tratar-se de uma inevitabilidade.
"Não é bom, mas é o que tem de acontecer". "Portugal tem de descer os salários em relação ao core da zona euro. Muitas pessoas questionam por que é que insisto nos salários. Infelizmente, Portugal tem um défice externo muito elevado e tem de aumentar a competitividade, o que passa por baixar os salários", argumentou, lembrando que os desequilíbrios se agravaram desde a entrada no euro.
Ainda assim, disse, Portugal compete sobretudo com empresas europeias e é tendo a Alemanha - e não uma China - como referência que se deve fazer o ajustamento salarial. "Portugal não tem de reduzir os salários para o nível dos chineses", disse.
O economista voltou a apontar o dedo à Alemanha e ao BCE - os que "podem fazer a diferença nesta crise" - argumentando que ambos deveriam enveredar por uma política expansionista com salários mais altos para os trabalhadores alemães e uma política monetária mais inflacionista. Se assim fosse, o ajustamento na periferia seria menos doloroso, mas essa via é pouco provável, reconheceu.
Paul Krugman, um dos mais populares e mediáticos dos prémios Nobel da Economia, está hoje em Lisboa para receber o grau de Doutor Honoris Causa atribuído, pela primeira vez, juntamente por três universidades portuguesas.
Em Janeiro, em entrevista ao "Le Monde", o economista repetia o que havia escrito em Maio em 2010: para ficar no euro e compensar a perda de competitividade, é preciso uma descida dos salários nos países periféricos, onde se tem concentrado a perda de competitividade face ao centro – e, em particular, face à Alemanha.
"Para restaurar a competitividade na Europa ter-se-ia de fazer com que, daqui a cinco anos, os salários baixassem nos países menos competitivos 20% em relação à Alemanha".
Face à impossibilidade de desvalorizar a moeda, os países periféricos têm de proceder a cortes nos salários, de modo a reequilibrar as balanças comerciais, atacando, desta forma, o que considera ser o principal motivo do seu excessivo endividamento.
Em Maio de 2010, o economista e professor de Princeton recomendava cortes salariais que podiam ir até 30%, dando como exemplos a Grécia, Espanha, Portugal, Lituânia e Estónia.
Fonte: aqui
Devem baixar para alguma categorias. Porque quem recebe o salario minimo mal consegue sobreviver...
ResponderEliminar