O nosso tempo fez da procura da saúde e do cuidado pelo corpo, uma obsessão doentia. Estranhando a doença e a velhice, como se estas não fossem uma coisa natural, procura-se estar em forma, e a todo o custo, como se daí viera a própria salvação.
A saúde e a procura da aparente beleza do corpo tornaram-se hoje um culto, com as suas devoções, as suas asceses e sacrifícios. Senão vejamos:
- Aceita-se uma dieta rigorosa, para manter o corpo na linha! Mas despreza-se qualquer jejum e a abstinência propostos, em ordem ao domínio de si ou à partilha com os outros.
- Põe-se todo o empenho e sacrifício, no cumprimento estrito da receita para o emagrecimento, ou para o tratamento da pele, mas recusa-se qualquer disciplina moral, para o embelezamento da vida espiritual.
- Altera-se, em casa, a hora do jantar, por causa do ginásio ou da natação. Mas não se pode mudar a hora da Missa, por causa do almoço, nem apanhar frio, para vir à Oração.
Promove-se assim a imagem do corpo, seja à custa do que for, do cheiro ou do calor, em centros de beleza, de relaxe e da fitness. Mas foge-se a sete pés do segredo e do silêncio do quarto para rezar, ou do confessionário, para se examinar e curar. A sorte de muitos psicólogos é que os cristãos se confessam muito pouco.
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