Hoje gastei um tempinho na "reforma agrária".
Não é só gastar dinheiro a compor a terra e a plantar, depois urge tratar das coisas.
Reguei os morangos e os kiwis que são mais gulosos e não se fartam de água. As restantes árvores ainda não careciam de molho na raiz.
Todas estas árvores tive que regar à mão, já que não dá para o fazer com a mangueira, uma vez que o tanquito fica mais baixo. Então lá andei de balde.
Fez-me muito bem, e nem dos cigarros me lembrei. O contacto com a natureza só nos traz saúde, mesmo quando, como é o meu caso, a fraqueza da coluna se queixa de qualquer esforço que envolva pesos...
Gostei de ver as plantitas a espreguiçar-se e a começar a abrir os olhos. Animei-as: "Vá, amiguitas, não tenhais vocação de caracol! Toca a sair cá para fora, com coragem. Sois mais fortes do que a força do vento, o rigor das geadas ou o calor do Sol."
Gostei da animação dos morangueiros, do espevitar das couves galegas e do despertar confiante das amendoeiras. As oliveiritas nem tugem nem mungem. Estão na mesma. Os kiwis e os marmeleiros saem-se muito a medo e os citrinos começam finalmente a deixar uma certa amarelidão provada pela medo que o transplante lhes provocou. Os diospireiros e os castanheiros invernam ainda sem se terem apercebido que a Primavera já começou. Só lhes disse que não quisessem dormir o "sono eterno"...
Repito, senti-me bem naquele bocadinho de tempo. Deu para esquecer preocupações que continuamente me envolvem (então o Centro Paroquial...), sentir o abraço do Sol no rosto, engolir umas garfadas de ar puro, fazer um pouco de ginástica, contactar com o balbuciar menino das plantinhas.
Devido à crise que está para durar e agravar, mas também pelos benefícios que a Natureza sempre oferece à saúde física e mental, admira-me que haja gente que, após o trabalho, apodreça em cafés, tascas ou frente a uma TV.
Há mais vida para além dos espaços fechados...
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