quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Se eu fosse político:

- Sem deixar de ser um militante disciplinado, jamais deixaria de levar para a discussão interna do meu partido as minhas convicções, os meus valores, a minha consciência.

- Não ligaria nenhuma a mexeriqueiros, maldizentes e coscuvilheiros.

- Não teria vergonha de reconhecer as boas ideias da oposição e de as pôr em prática, sabendo felicitá-la por isso.

- Privilegiaria o contacto com as populações. Para me explicar, mas sobretudo para ouvir e aprender. O povo é uma universidade aberta.

- Não conseguiria dormir no dia em que a consciência me acusasse que havia sido refém de interesses de lobbys e dos grandes grupos económicos ou de corruptos.

- Exigiria absoluta transparência nos concursos públicos, mesmo que isso me custasse a deserção, a antipatia e a maledicência de apaniguados, engraxadores, seguidores ou familiares.

- Preferiria os colaboradores frontais e servidores da causa pública aos subservientes, lambe-botas e interesseiros.

- Procuraria servir a TODOS, mas daria especial atenção a jovens, famílias, desempregados e velhos.

- Não alimentaria o "choradinho nacional" e a dependência. Procuraria ser um servidor da esperança, estimulando a capacidade criativa e reconhecendo o mérito empreendedor.

- Não alinharia em floreados, mas preocupar-me-ia a fundo em rasgar projectos que levassem mais rapidamente as pessoas ao futuro.

- Jamais hipotecaria o futuro das novas gerações em favor das minhas conveniências políticas actuais.

- Não faria promessas que sabia que não podia cumprir, não criaria ilusões fáceis, mas seria frontal, seguindo a máxima do povo: "Onde está o sim, está o não."

- Não encharcaria os ouvidos das pessoas com palavras vazias de conteúdo para as entreter. Tentaria sempre que o conteúdo fosse mais forte do que as palavras.

- Suscitaria o debate, a cidadania, a participação, no respeito absoluto pelas ideias dos outros. Jamais me passaria pela cabeça criar qualquer discriminação fundada na cor partidária.

- Seria determinado, mas não obcecado. Muito menos autista e prepotente.

- Não venderia a minha consciência ao diabo por causa de um voto.

Utopia? Admito.
Perderia as eleições? Aqui já duvido. O povo está farto de politiqueiros. Quer políticos a sério.

Obs. O facto de ser sacerdote afasta-me radicalmente da intervenção partidária que também não desejo. Mas o facto de ser cidadão obriga-me a não prescindir dos meus valores.

4 comentários:

  1. João António, padre9 de setembro de 2009 às 10:18

    Bom Amigo:

    Acutilante como nunca, oportuno como sempre.

    Bom voltar a revê-lo. Pelo menos por aqui, pelas «Asas».

    Um abraço grande em Cristo Senhor,

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  2. Meu caro,
    Tudo o que diz é correcto mas será que as pessoas não conseguem ver o que passa com a nossa classe politica que deveria ser composta pelos mais sabios e por aqueles que nos recordam os valores da vida, infelizmente hoje em dia esses são preteridos em favor destes..

    Passageiro ocasional

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  3. É verdade que mais grave que a crise económica é crise de valores na pessoas. Penso que isso é bem patente nos políticos que temos. Qual deles é coerente??
    Quem deles se centra no melhor bem para as pessoas???
    Quem houve os trabalhadores??
    Quem se preocupa em educar/motivar a trabalhar em da malandrice??

    R.A.

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  4. Meu querido amigo:
    Tens toda a razão. Penso como tu! Sempre pensei! A utopia, a amizade, a verdade e o ser Humano, fascinam-me!
    Mas não é só na politica, é também e fundamentalmente na VIDA. Tudo o que dizes é verdade no dia a dia de cada um de nós!
    Quem não quer HOMENS e MULHERES a SÉRIO !?
    Político que assim não é (como o defines) é porque já assim era e pensava, os seus objectivos eram o interesse.
    Também em Portugal achamos que os políticos ganham muito (PORQUE NÓS GANHAMOS POUCO!!!)!
    Por vezes a nossa visão da politica é redutora.
    E como eles conhecem muito bem quem governam usam e abusam (governam pessoas que: criticam mas não participam, não dão a cara ,teem medo, que também procuram "migalhas" de poder,são invejosos, carentes, que são humanos... que teem necessidades...etc).
    Esta, em parte, é a diferença real entre a utopia e a realidade.Entre o sonho e o dia a dia. Há mais...

    Não sou politico, mas acredito (utopia) que é possível que Homens/Mulheres BONS(as) construam e incentivem a criação de BOAS sociedades !
    Onde estão uns e outras "metidos" na Politica?? E quando se metem o que é que lhes acontece? Pensa e lembra-te o que lhes fazem??
    Olha o que aconteceu a Cristo!

    Concordo contigo, estou contigo.

    Um forte abraço

    João Paulo

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