segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Que campanha autárquica queremos?

Embora há muito ande por aí, arranca oficialmente hoje à noite a campanha para as eleições autárquicas/2009.
O poder autárquico é o que está mais perto das populações e lhes é mais acessível. Não tenho neste momento dados sobre a abstenção neste tipo de eleições, mas acredito que sejam as que menos cidadãos eleitores tenham a abster-se de votar. E compreende-se. É aos autarcas que as populações se dirigem para a resolução de múltiplos e variados problemas que têm a ver com a sua vida. E mesmo quando se precisa de ir às instâncias do poder central, é muito importante a solidariedade do poder autárquico.
Mas porque estão mais próximos, os autarcas são mais conhecidos dos eleitores. A sua acção e o seu comportamento, sendo mais visíveis, tornam-se facilmente analisáveis e deturpáveis tanto no melhor como no pior sentido.

Então nesta campanha:
- que os vários candidatos apresentem as suas propostas com clareza, de modo que os cidadãos fiquem correctamente informados para poderem optar;
- sabendo que toda a eleição comporta também uma avaliação da obra feita, que tal avaliação seja realizada objectivamente, oferecendo os motivos de concordância ou discordância;
- que a campanha decorra dentro de uma dinâmica de esperança realista;
- que se evite a demagogia de tudo prometer a todas para não criar nas populações a decepção que acarreta sempre o afastamento dos eleitores da política e do interesse pela causa pública;
- que a campanha tenha nível e dignidade. Apresentem-se e debatam-se ideias e projectos, mas evite-se o ataque pessoal e mesquinho. "Lavar roupa suja" é para o lavadoiro, nunca para uma campanha de nível e com nível;
- que a saudável discordância política saiba respeitar o cavalheirismo entre os vários candidatos. Antes de tudo, está o ser humano e sua infinda dignidade. Há adversários, não pode haver inimigos. Pode-se discordar, mas existe o dever de ser SEMPRE cavalheiro;
- que os cidadãos estejam atentos, sejam serenos, saibam analisar a postura e as propostas dos candidatos e se decidam, não pelo interesse particular e - tantas vezes - mesquinho, mas tendo sempre em conta o bem comum. Quandos todos estiverem bem, cada um também estará.

1 comentário:

  1. Mais uma vez com o rigor e a elegância que a função exige, não deixou de dizer as verdades.
    Obrigado pelo exemplo, Sr. Padre Carlos

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