Muitas interrogações se levantam certamente no espírito dos cidadãos.
- Por que razão não descola o PSD?
- Qual o motivo que leva uma parte significativa do eleitorado a optar em crescendo por um partido fracturante e extremista como o Bloco de Esquerda?
- Sócrates é o primeiro a chefiar um governo e que vê reduzida a votação nas eleições seguintes. Cavaco e Guterres tiveram mais votos na segunda vez do que na primeira.
- Apesar de toda a espécie de contestação nas ruas, de laivos de autoritarismo, de promessas não cumpridas, do desemprego crescente, Sócrates ganhou as eleições. Sem maioria absoluta, é um facto, mas ganhou. Porquê?
- Mais uma vez as sondagens não acertaram. Compare-se o resultado das sondagens com o resultado eleitoral do CDS.
- Vale a pena falar claro e dizer o que se quer, que projectos se defendem, o que se pretende fazer. Concorde-se ou não com ele, Portas falou claro. O resultado está à vista.
- Tirando o PSD, o único partido com o qual Sócrates consegue uma maioria absoluta parlamentar de apoio é com o CDS. Dirão: se Sócrate se coligar com a CDU e o B. E. também obtém uma maioria absoluta de apoio na Assembleia da República. Pois, mas alguém acha isto realista? Excepto em causas fracturantes, ninguém vislumbra tal coligação.
- O PSD term uma lição a tirar desta ida às urnas. Os eleitores não apreciam estas guerrilhas constantes dentro dos partidos, porque os querem virados para fora e não para dentro. Um projecto para o país, um líder carismático, uma dinâmica são precisas neste partido que não pode continuar a ser um contínuo lavar de roupa suja entre os seus militantes. Depois em 14 anos, o PSD só esteve três anos no poder e prepara-se para mais quatro de oposição. Algo não está bem.
- Em democracia, é importante ser governo, mas também é importante ser oposição. O país não pode esperar mais. É tempo de unir esforços para vencer a crise e as nossas crises. Que cada um assuma a sua responsabilidade.
- Será interessante ver como vai lidar Sócrates com uma maioria relativa. Penso que terá que passar por uma profunda transformação de humildade democrática, que foi o que lhe faltou em quatro anos e meio. Depois, ao depender do apoio parlamentar de outro partido, fica mais exposto às "bicadas" dos históricos do seu partido e de certos lobys ocultos que trabalham na sombra.
Sente-se no ar e nas pessoas com quem contactei uma certa sensação de liberdade e de leveza. "Ele já não tem maioria absoluta...."
Sr. Padre Carlos.
ResponderEliminarAntes de mais, dou-lhe os parabéns pela forma racional, mas também isenta como aborda as eleições de ontem.
Também ontem, assisti, bem perto do Sr. Padre, a uma cena lamentável de falta de educação e de convivência democrática.
Gostava de saber, da mesma forma racional e isenta como viu esta situação.