segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Uma porta santa entre África e a Europa, em Lampedusa


Domingo, uma “porta santa” do ano da misericórdia foi aberta em Lampedusa, a ilha italiana que se tornou símbolo da busca de tantos refugiados por uma sobrevivência mínima na Europa. Assinalando o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, a comunidade católica local promoveu um momento de oração diante da Porta da Europa, monumento local dedicado à memória dos migrantes mortos no mar.
“Escolhemo-la porque, na sua laicidade, representa a porta que se abre para a África e que abre à África o caminho para a Europa”, disse o cardeal Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento, a diocese a que pertence Lampedusa. A porta é feita com restos de embarcações e objectos trazidos por muitos refugiados ou náufragos. “Sabemos que onde há sofrimento, a terra é sagrada. Por isso, convidamos todos os lampedusanos e não só a viver esta obra de arte: vamos junto dela como peregrinos. Passemos através dela anunciando a nossa vontade de mudar”, acrescentou.
Há precisamente uma semana, o Papa Francisco tinha insistido no tema dos refugiados, no seu discurso ao Corpo Diplomático acreditado no Vaticano. A má resposta da Europa está a minar as suas bases humanistas, disse.
A situação, acrescentou, é a de uma grave emergência, e justifica que a Europa, ao contrário do que alguns países estão a fazer, abra as suas portas a quem procura fugia à guerra e à miséria.
Em declarações, este domingo, à Ecclesia e ao programa Setenta Vezes Sete, o ex-alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, criticou a falta de organização e solidariedade europeia. E acrescentou que o Papa tem sido um “aliado precioso no combate para com os refugiados e as vítimas de perseguição”.
Fonte: aqui

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