segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

8 horas à espera da luz!


19 horas deste domingo. Falha na luz. Mas como isto tem sido recorrente nos últimos dias nesta zona, nem liguei e esperei. Quando me pareceu demasiado tempo, fui à janela e vi que havia luz nas outras casas e na rua.
Visitei o quadro e verifiquei que um deles estava em baixo. Tentei levantá-lo e ouvi um grande barulho e imediato abaixamento do quadro. Liguei ao amigo Carlos Manuel que, de pronto, apareceu e verificou que o caso não era com ele. Telefonou então a quem de direito, expôs a situação e deu as informações solicitadas.
- Eles deveriam aparecer no prazo de meia gora, mas como é fim-de-semana... - disse o meu amigo.
Fiquei à espera. Pelas 22.30 horas, voltei a ligar ao meu amigo que voltou a comunicar com quem de direito. Senti a preocupação e o empenho do Carlos Manuel a quem agradeço.
Entretanto soube que houvera um problema elétrico na zona que deixara alguns povos sem luz. Vou comunicando com um dos elementos que procediam à reparação.
Pelas 3 horas da madrugada, a equipa chegou, fez as reparações necessárias e a luz voltou a seguir.
Numa casa gélida, onde tudo depende da eletricidade, desde o fogão ao esquecimento, não foram horas fáceis. Não podia sair porque não sabia o momento em que chegavam os técnicos. Era aguentar.
Passeei na sala à luz da vela, rezei, pensei nas tarefas da paróquia, refleti sobre a minha vida, enfim... Parecia que o tempo não passava!


Não me revoltei, porque pensei que primeiro era necessário acudir à situação de falta de luz que afetava povos inteiros. Há sempre que padeça mais do que nós.
Senti quão dependentes somos. A cada momento estamos a precisar dos outros para as mais diversas situações da vida. Para quê tanto orgulho?
Mesmo as situações mais adversas, urge manter a serenidade e não cair em abatimentos e desesperos.
Esta vida é muito frágil. Tantas vezes os nossos planos se esvaem num ápice. Tantas coisas tinha planeado realizar na noite de ontem e nem uma! Temos que estar preparados para o imprevisto.
Sem capacidade de sofrimento e de esperança, não vamos a lado nenhum e acabamos a duplicar o sofrimento. 

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