sábado, 14 de julho de 2007

Tempo Comum - 15º Domingo

«E quem é o meu próximo?»
Jesus, tomando a palavra, disse:
«Um homem descia de Jerusalém para Jericóe caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio morto.
Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante. Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse:
‘Trata bem dele; e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar’.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?»
O doutor da lei respondeu:
«O que teve compaixão dele».
Disse-lhe Jesus:
«Então vai e faz o mesmo».
( Lc 10, 29-37)

Vinte e sete quilómetros de estrada, chegaram para mostrar duas direcções diferentes, no caminho entre Jericó e Jerusalém:
1. Primeiro, a direcção circular dos que giram e vivem a partir de si e para si, seguindo espontaneamente os seus desejos, projectos e instintos. É o caso dos ladrões que vêem no homem caído apenas um objecto a acrescentar à sua riqueza… ou o caso dos sacerdotes e levitas que vêem no homem meio-morto, pouco mais que um dejecto, com quem não vale a pena sujar as mãos. Todos estes vêem o pobre Homem a partir de si. E é porque vêem assim, que passam ao lado. Estes só conhecem o sinal de sentido único: o do seu próprio interesse e satisfação.
2. Ao contrário, há um homem que vai noutra direcção: a dos que se vêem e revêem, a dos que vivem, para o outro e a partir do outro. É o caso de um samaritano, que estava de viagem e, por sinal, não ia em peregrinação. Ele chega a Deus, desviando-se, para o próximo. O samaritano não vê primeiro, para só depois se aproximar. Ao contrário, ele aproxima-se primeiro, para depois começar a ver. É precisamente porque se aproxima, que vê e se compadece. Este homem cumpriu a regra principal do código da aliança: o “outro” goza sempre de prioridade, na estrada da sua vida.
O que é teu é meu, pensaram os salteadores. O que é meu é meu, pensaram o sacerdote e o levita. O que é meu é teu, pensou o Samaritano... que usou de compaixão... vai e faz o mesmo tu, também!

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