quinta-feira, 19 de julho de 2007

Julho e Agosto: migrantes de volta à terra natal

Quero saudar os numerosos emigrantes que nesta altura do ano visitam a sua terra. Este tempo é para eles de particular importância, não só porque descansam como também reencontram a família e ambientes que lhes falam particularmente ao coração. Saúdo-os com amizade e partilho da alegria da família que os acolhe. É esfusiante o contentamento dos avós pela visita dos netos. Derretem-se todos. É bonito.

Nós, portugueses, temos o mau hábito de dizer sempre mal de Portugal. Em Portugal está sempre tudo mal, pois lá fora é que é. Lá fora é que há boas estradas, bons médicos, bons hospitais, bons professores, bons padres, boas repartições públicas, bom atendimento... Tudo bom. Aqui é uma miséria. Mas será mesmo assim??? Sé é, por que razão escolhem os emigrantes o pouco tempo que cá passam para tratarem da saúde, por exemplo? Claro que não me refiro de modo algum a doenças graves ou repentinas.

Uma das coisas que chama a atenção a muita gente e a deixa com menos boa impressão dos emigrantes é uma certa fanfarronice, que se revela em altas máquinas, algum querer dar nas vistas e chamar atenção, o tom crítico e superficial como se referam à nossa realidade, o uso da língua estrangeira para se "armar", a maneira como exigem tudo e não agradecem nada, etc. Mas, dizia-me há dias alguém, os que são daqui e vivem em Lisboa não têm comportamento diferente. E acrescentava que ainda são mais empertigados e exigentes...

Toda a gente sabe que a vida não é fácil em parte nenhuma do mundo. E que também os emigrantes, para terem algum coisa, têm que lhe dar no duro. Muitas vezes, quem os vê por aí, está bem longe de imaginar como a vida lá lhes é custosa. É que se não pouparem não vão a lado nenhum, porque se ganham bem melhor, também a vida é mais cara. Então não há como cultivar a simplicidade de vida esteja-se onde se estiver. Nenhuma pessoa tem motivos para se "armar". A vida é tão frágil que, quando menos se espera, traz à tona a nossa pobreza.

Sem dúvida que Portugal deve muito aos seus emigrantes, pelas divisas que estes para aqui canalizam, pelo incremento económico das regiões, pelo rasgar de horizontes, pela valorização pessoal de tantos e tantos. Além disso, a cultura portuguesa tem-se infiltrado no mundo graças, em grande parte, aos emigrantes.

Boas férias, amigos! Na simplicidade de vida.

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