quinta-feira, 12 de julho de 2007

Profecia e Reivindicações

Os Bispos admitem mal-estar com o Governo... E motivos não faltam, conforme se pode verificar por aquilo que aqui publicámos noutro post.

Só que colocadas assim as coisas, a Igreja não se livra de as suas justas preocupações serem vistas como "reivindicações corporativias". Para quem está de fora, as preocupações dos Bispos são equiparadas às preocupações de outros grupos profissionais. Apesar de o Secretário da CEP ter claramente afastado esse enfoque.
É que ao ficar só por questão que directamente lhe dizem respeito, os seus jornais, as suas escolas, os seus capelães, a concordata... não se livra do referido "corporativismo" perante uma comunicação social sempre pouco compreensiva em relação à perspectiva eclesial.

Quanto aos problemas graves das pessoas, das quais me parece que os Pastores deviam ser voz e vez, continuam montanhas de silêncio!
O desemprego, a gritante desigualdade social, o autoritarismo de quem está agora no poder, as falências, o desprezo pelas regras (mudam-se as regras a meio do jogo - basta ver a função pública), as reformas de miséria, o caos da saúde, a situação aflitivo dos agricultores, o despovoamento do interior, o pessimismo reinante, enfim...
Mas não, quer queiramos quer não, a Igreja ao invocar as razões que invoca para o seu mal-estar, não consegue afastar a ideia de se colocar ao nível do corporativismo e de calar a profecia.!

1 comentário:

  1. Realmente � muito sil�ncio! Os senhores bispos parece que s� reagem quando lhe pisam os calos.
    Eu sou do interior, onde me encontro agora de f�rias. Que afli�o! Fecham escolas, p�em os doentes a milhas dos hospitais, a agricultura j� nem � de sobreviv�ncia, as pessoas partem daqui a cada passo... E mais, como sabe, esta gente do interior � muito religiosa! Mas ningu�m fala por eles e deles. Nem os Bispos em que confiam.
    Tem raz�o quando fala de esp�rito corporativista dos superiores da Igreja! Dos problemas que afligem a popula�o, nada! S� dos seus interesses, como se fossem um grupo profissional qualquer.
    Desculpe que lhe diga, mas � uma vergonha. Onde est� o servi�o e a aten�o ao rebanho? Que conta a pessoa humana de que tanto falam?

    Ana Freitas

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