segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Que pensa dos padres?

A propósito da Semana dos Seminários
As lembranças de criança permanecem vivas em nós. Por isso, tenho o facto muito presente. Foi há mais de 50 anos. Tempo em que imensa gente trabalhava na agricultura que então exigia muitos "braços", sobretudo nas sementeiras, nas mondas e nas colheitas.
A determinada altura, lá vieram à baila os padres e toca a puxar do "corte e costura". Meu avô passa para a frente do pessoal e diz com um ar grave:
- Coitados dos padres! Na boca do povo nenhum presta. Ou se pega pelo cu ou pelas calças...E se olhásseis para vós e deixásseis os padres em paz!? Certamente não teríeis pouco que reparar...
Fez-se um silêncio profundo.
Pois, mas onde estão hoje pessoas desta estatura moral? Actualmente, se um diz mata, o outro diz enforca... Estamos no tempo, em que o que vale é "Maria vai com as outras..."

Se o padre fala alto, "só sabe ralhar, está sempre zangado. Afasta as pessoas..."
Se o padre fala baixo, " nem vale a pena cá vir. Faz-nos dormir..."
Se demora mais a Missa, "pensa que temos a vida dele..."
Se demora pouco, "nem deu tempo para a gente cá chegar..."
Se se ri, convive e é divertido, "é um mundano..."
Se é mais sério, mais distante, " não cativa ninguém. Tem a mania que é importante..."
Se tem carro novo, " isto é que é viver bem. Depois vai para a Igreja falar de caridade..."
Se tem um carro velho, "é um unhas de fome. Anda a poupar para deixar aos sobrinhos..."
Se vive sozinho, "é um solitário, só pensa nele..."
Se vive com familiares, "andamos nós aqui a pagar para ele sustentar a família..."
Se vive com outra pessoa, " uhmm! Há coisa ..."
Se apresenta as orientações da Igreja, "é um legalista, afasta as pessoas..."
Se procura manter as tradições, " é sempre a mesma coisa. Nada de novo acontece..."
Se dá mais impacto à inovação, " os padres fazem-nos perder a fé..."
Se vai a casa dos amigos que o convidam, "só liga a alguns..."
Se não vai a casa de ninguém, "é um bicho do monte, nem amigos tem..."
Se apela à oração, "é um beato..."
Se não apela à oração, "que está cá ele a fazer?..."
Se apresenta contas, "tenho mais que fazer do estar a ouvir os números... O que dei, dei..."
Se não apresenta contas, "mete o dinheiro da Igreja ao bolso..."
Se recebe os estipêndios pela administração dos sacramentos, "é um ganancioso..."
Se não recebe os estipêndios, "está rico, já não precisa..."
Se fala dos pobres, "é socialista ou comunista..."
Se não fala dos pobres, "está feito com os ricos..."
Se fala de justiça social e do sexo, "estes assuntos não são para a Igreja..."
Se não fala do sexo e da justiça social, "pois, ele quer é que todos paguem a côngrua. Não fala para que os ricos e imorais não se chateiem com ele..."
Se esta´presente nas reuniões de grupos, associações, irmandades, comissões, "é um controlador. Não respeita a liberdade dos leigos..."
Se não está presente, "não quer saber..."
Se envereda pelas novas tecnologias, "não tem mais que fazer..."
Se não envereda pelas novas tecnologias, "é um antiquado, não acompanha os tempos..."
Se está muito tempo numa paróquia, "nunca mais vai embora..."
Se muda frequentemente, "não presta, porque não aquieta em lado nenhum..."
Se veste bem, "é um vaidoso..."
Se não liga tanto ao aspecto exterior, "é um desleixado. Até nos envergonha..."
(...)
O importante mesmo é que cada pessoa ao deitar-se, faça o seu exame de consciência e se dê conta que pode dormir em paz.

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