quinta-feira, 1 de março de 2012

"Não acreditem num cristianismo que não vos mexa nos bolsos!"

Normalmente quando se referem problemas económicos de alguma Igreja Local, as pessoas associam-nos a instituições de âmbito diocesano, como os Seminários, ou a uma ou outra iniciativa/obra do mesmo âmbito. É claro que aqui há muita verdade. Estas instituições são indispensáveis e há iniciativas/obras que se impõem, tendo em conta o bem de toda a diocese.

Só que não podemos esquecer as muitas dificuldades económicas por que passam bastantes paróquias, células vivas da diocese.

Pensemos que muitas das comunidades paroquiais do Interior estão despovoadas; que as maiores fortunas e os endinheirados não estão pelo Interior (admito que possa haver raras excepções!); que, como se sente e se ouve insistentemente, o povo "está descapitalizado"; que uma vaga de individualismo grassante vai marcando a sociedade, retirando espaço à solidariedade, à partilha e ao sentido de bem comum....


Podemos imaginar as enormes dores de cabeça de párocos e conselhos económicos quando têm que enfrentar problemas como as despesas correntes; a animação da vida litúrgica, pastoral e caritativa da comunidade; o restauro, conservação e melhoramento de imóveis; o lançamente de estruturas indispensáveis ao bem da comunidade, etc.
O caso é ainda mais relevante quando se trata de paróquias com várias e dispersas povoações, pois esses povos têm os seus centros de culto e estruturas que exigem também muitos investimentos. Até porque, nestas circunstâncias, a consciência de paróquia-comunidade é bem mais difusa.


As dificuldades económicas das paróquias, normalmente, não saltam para o público, não se fala muito delas, mas são reais e vão consumindo vidas, imoladas no altar da dedicação silenciosa. Oh! Se as pedras de muitas casas paroquiais falassem!...

A um sacerdote, generoso e de dedicação sem limites, ouvi esta verdade que ele disse que repetia aos seus paroquianos: "Não acreditem num cristianismo que não vos mexa nos bolsos!"

Por exemplo, em caso de obras urgentes e dispendiosas, será altura de cada cristão perguntar a si mesmo, parafraseando John Fitzgerald Kennedy: "Não pergunte à Igreja o que pode fazer por cada um de vós. Pergunte-se cada um de vós o que pode fazer pela Igreja"

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