terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Crianças e jovens nos funerais?

Crianças e jovens nos funerais?
- Ai, isso não porque pode traumatizar os meninos e eles têm tempo para conviver com essas realidades - ouve-se.
Mas a morte não é o que de mais certo cada um de nós tem? Não faz parte da vida? Não deve ser lida a vida à luz da morte e a morte à luz da vida?
Uma sociedade evasiva e alienante, que foge às grandes questões que se colocam a cada ser o humano e a todo o ser humano. Donde vimos? O que fazemos aqui? Para onde vamos?
Uma sociedade que se arrasta sob o supérfluo, o contingente, o ilusório.

Violenta a morte? Tem, claro, violência psicológica que faz parte da nossa limitada realidade. mas é REAL!
Mas não há violência em tantos reclames, filmes, telenovelas, desenhos animados, jogos, internet, etc?
Não há violência psicológica gratuita e ferozmente agressiva em tantas famílias, nas escolas e na sociedade?
Então para se protegeram as crianças e jovens de toda esta violência, fechem-se numa redoma...
Há sempre que explicar, estar presente, ajudar a superar violências... Mas fugir é criar crianças alienadas e futuros alienadores.

Hoje no funeral vi crianças junto da urna. E choravam. Ofereci-lhes um sorriso amigo e compreensivo.
Mas quem está de parabéns são os seus pais corajosos que não os estorvaram da realidade.

1 comentário:

  1. Sendo sempre um prazer renovado visitar este blogue, é o segundo dia consecutivo que me sinto estimulado a comentar um artigo nele publicado.
    É que as crianças sabem, na sua esmagadora maioria, discernir entre a história da novela e a realidade, entre um filme de terror e o quotidiano.
    Não vejo o porquê de obrigar uma criança de tenra idade a debruçar-se sobre um caixão.
    No que é que esse impacto, que julgo muito negativo, poderá contribuir para a sua formação humana dessa criança?!
    Ter um pesadelo, assistir a um filme, é fixação, passa com o acordar ou com o fim do filme.
    Ver um defunto no caixão, é um banho de realidade que perpassa a vida da criança e a há-de, moldar, de qualquer forma.
    Por isso, não vislumbro o que de benéfico traga esse contacto de emoção e angústia, misturado com medo e curiosidade.
    Entendo bem mais curial ensinar as crianças a viver a realidade da morte, como um elemento natural da nossa existência, do que sujeitá-las ao horror da sua vivência, tal como não as sujeitamos a tantas outras experiências.
    NPL

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