quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Unidade, sim; unicidade, não

Estamos na Semana de Oração pela Unidade dos cristãos (18 a 25 de Janeiro).
Há quem pense que unidade é unicidade: tudo igualzinho! Ora a unidade enriquece-se na diversidade. Unidos na confissão da mesma fé; diversos na maneira de a celebrar e viver.
O papa João Paulo II  afirmou que a Igreja respira com dois pulmões (oriental e ocidental) e o Vaticano, quando recentemente anunciou a criação de um “Ordinariato Pessoal” nos territórios de Inglaterra e País de Gales, estrutura que visa acolher pastores e fiéis da Igreja Anglicana que desejem entrar em comunhão com a Igreja Católica, disse que tal visa “por um lado, assegurar a salvaguarda das venerandas tradições litúrgicas, espirituais e pastorais anglicanas, no interior da Igreja Católica; por outro lado, integrar completamente estes novos grupos e os respectivos pastores na Igreja Católica”.
Até mesmo dentro da Igreja católica há abertura para formas celebrativas diferentes como aconteceu há tempos quando Bento XVI autorizou a celebração da "missa tridentina" por parte dos que a apreciam, dentro de certas regras, claro.
Enquanto nas Igrejas Católicas Orientais os padres podem casar, na  Igreja Católica de Rito Latino é obrigatório o celibato.
Unidos na profissão da mesma fé e na comunhão com o Papa. Enriquecidos pela  diversidade de disciplina, de tradições espirituais e pastorais, de ritos celebrativos, etc.
«Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo. De facto, num só Espírito, fomos todos baptizados para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos». ( 1 Cor 12, 12-27)
Esta metáfora do corpo é interessante. São Paulo enaltece a riqueza da diversidade («muitos membros») em função da unidade que forma o corpo.

Na Semana da Unidade dos Cristãos, somos convidados a olhar para as várias Igrejas Cristãs (Católica, Ortodoxa e Protestantes) com a beleza e a fé de João Paulo II que afirma que " do amor nasce o desejo de unidade” – e continua: “O amor é a corrente mais profunda que dá vida e infunde vigor ao processo que leva à unidade”.
E depois precisamos da ousadia e da esperança do gande João XXIII que a respeito da almejada unidade dos cristãos afirma: "É muito mais forte aquilo que nos une do que aquilo que nos divide”.

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