Há dias, conversando com alguns amigos, falámos de muitas coisas. Problemas da vida que a todos nós vão afectando, ideias e projectos, pontos de vista.
Um deles, convicto do papel do Estado social, discordava da maneira como se tem organizado por esse país fora a habitação social, apenas pensada em termos económicos, visando o mais barato.Dizia que socialmente é um enorme erro juntar essas pessoas todas num prédio ou num bairro. Sendo muitas famílias desestruturadas, que cultivam erros comportamentais e de fraca formação cívica, juntas, tornam-se um problema grave quer para elas mesmas quer para o meio em que estão inseridas. Locais do vício...
E esse amigo acrescentava que seria sempre preferível deixar estar essas pessoas no seu meio, nos seus povos, construindo ou reconstruindo aí a sua casa condignamente. Que poderia até sair mais caro ao Estado, mas que socialmente era muito rentável. No seu meio, beneficiando da pressão social e imbuídas nela, as pessoas eram estimuladas a outro tipo de auto-controle, favorecendo a paz e a hormonia social.
Outro amigo levantou a questão da construção, lamentando que as partes antigas dos povos estejam a ficar abandonadas, porque as pessoas optam pela construção de novas casas em vez da reconstrução das antigas. E acrescentava: "É mais fácil, mais barato e menos burocrático construir de novo do que reconstruir."
Achava ele que as autarquias deviam estimular e favorecer a reconstrução com todos os incentivos possíveis, desburocratizando ao máximo o processo. E acrescentava num tom algo exagerado: "Qualquer dia, temos um círculo de lindas casas à volta de montões de pedra."
Um outro amigo, interveio então para manifestar a sua indignação quanto à maneira como é permitida alguma reconstrução em zonas antigas que, segundo ele, desfigura completamente o estilo construtivo existente. E acrescentava, indignado: " Por esse país fora encontramos verdadeiras aberrações no que toca à reconstrução em zonas antigas! Nem respeito pelo estilo, nem respeito pela zona envolvente..."
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