O Presidente da República pediu hoje firmeza no combate ao desemprego e à pobreza em 2011, ano em que «as dificuldades não irão desaparecer», e apelou à união, porque os sacrifícios têm de ser repartidos «sem excepções ou privilégios». «Considero essencial que 2011 fique marcado pela firmeza no combate ao desemprego e à pobreza», afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na tradicional mensagem de Ano Novo, transmitida esta noite.
Sublinhando que seria «faltar à verdade» afirmar que as dificuldades que o país atravessa «irão desaparecer no ano que agora começa», Cavaco Silva voltou a repetir o apelo à união dos portugueses.
«A coesão social é um elemento-chave da coesão nacional. É imprescindível que estejamos unidos para enfrentar as dificuldades que atravessamos e que, repito, não irão desaparecer em 2011», declarou, considerando que «é sobretudo nos tempos mais adversos que os sacrifícios têm de ser repartidos de uma forma justa por todos sem excepções ou privilégios».
Pois, acrescentou, com mais de 600 mil desempregados, o «recrudescimento da pobreza a níveis que são intoleráveis» e a exclusão com que somos confrontados, «pretender fugir aos sacrifícios é uma atitude que não se coaduna nem com os mais elementares princípios da ética republicana, nem com o valor fundamental da coesão social».
Na mensagem de Ano Novo, o Presidente da República fez ainda um breve balanço de 2010, ano em que Portugal «foi confrontado com uma realidade que há muito se desenhava no horizonte», sublinhando que a partir do segundo semestre do ano já ninguém pôde negar a situação de grave crise económica e financeira.
«Aquilo que para alguns era já uma evidência, para a qual na devida altura alertaram os portugueses, foi finalmente reconhecida por todos, a começar pelos decisores políticos», disse, considerando que «não iludir a realidade é um sinal positivo e uma atitude responsável, pois representa o primeiro passo para mudar de rumo e corrigir a trajectória».
O chefe de Estado recordou ainda que 2010 foi o ano em que se comemorou o centenário da República, frisando que «é em democracia que todos aspiramos viver e que ninguém deseja o regresso aos tempos da ditadura».
Além disso, continuou, 2010 foi também o ano em que se comemoraram os 25 anos de adesão às Comunidades Europeias, sustentando que «nenhuma pessoa de bom senso pode questionar» o acerto da opção que foi tomada ao participar no projecto europeu e na moeda única.
Deixando uma nota de optimismo ao frisar estar certo que Portugal poderá «vencer», Cavaco Silva não deixou de lembrar ainda a forma como os portugueses mostraram em 2010 que reconhecem o valor da coesão e da solidariedade, nomeadamente pela forma como apoiaram quem foi afectado os intempéries ou o «exemplar modo» como participaram nas campanhas de recolha de alimentos.
«Um povo com tamanha generosidade dá-nos todas as razões para termos esperança e confiança», referiu, insistindo que os que mais precisam não podem ser deixados para trás.
«A luta para que estes portugueses não sejam abandonados não é monopólio de ninguém, pois constitui responsabilidade de todos», disse, reiterando que caminho do futuro tem de assentar «muito claramente» no aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção estrangeira, no reforço da competitividade e na redução do endividamento do país.
A terminar a sua mensagem, Cavaco Silva fez votos de um ano de 2011 «feito de trabalho e de paz, um ano feito de esperança»
In Sol
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