segunda-feira, 22 de março de 2010

A questiúncula

Lembro-me muitas vezes da história do porco-espinho.
Conta-se que estes animais haviam desistido de dormir juntos, porque se picavam. Então cada um foi para seu canto.
Só que, sozinhos, não aguentavam o frio e começaram a morrer. Então colocou-se-lhes um dilema: ou continuavam sozinhos e acabariam por desaparecer ou tinham a coragem de se juntar, mesmo sofrendo os picos uns dos outros, e sobreviveriam. Optaram, sabiamente, pela segunda via.

É o dilema que se põe hoje a Portugal face à grave crise que o país atravessa. Ou somos capazes de nos decidirmos por ultrapassar divergências e interesses para nos pormos em sintonia no que toca um plano para nos levantarmos do atoleiro em que caímos, ou, cada um para seu lado, acabaremos por nos atolar ainda mais e pormos em causa o nosso futuro como nação livre e independente.

É o que acontece com a Igreja. Face à crise que atravessa sobretudo nos países ocidentais, manifestada sobretudo na debandada silenciosa de gente e mais gente, ou nos unimos no essencial ou nos tornamos num dique que bloqueia a mensagem de Jesus Cristo, o único Salvador do homem.
Guerrilhas entre conservadores e progressistas, entre os mais papistas do que o Papa e os libertinos, entre os que contestam tudo o que a hierarquia diz e os que seguem caninamente, entre os que exploram as falhas da Igreja e os que as ocultam...
Já para não falar no deprimente espectáculo que os grupos cristãos oferecem ao mundo. Guerrilhas continuadas, incompreensões, "corte e costura continuados" no seio dos grupos e entre grupos, más vontades, falta de acolhimento, fechamentos, ausência de caridade e de aceitação do outro como diferente... Tantas vezes a obrigarem quem os observa a ler ao contrário o que se dizia dos primeiros cristãos: "Vede como eles se amam". Hoje: "vede como eles se detestam"!
Precisamos todos demasiado de conversão! Oh! Se precisamos...

2 comentários:

  1. Já agora...
    Dida Lá Sr.Padre...
    Qual a razão pela qual, a Igreja- em especial o clero- estãrem isentos de impostos???
    Depois... até se conhecem casos de depósitos em contas bancárias em bancos da Islândia.

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  2. Isentos de impostos?
    Essa para mim é nova!... Eu pago os meus impostos.

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