Há meses que não se falavam. Um questãozita, um diálogo mais aceso e o orgulhizinho humano e ... trrim-trrim partiu a corda. Aqueles velhos pais sofriam imenso. Seu filho, nora e netos nunca mais lhe dirigiram a palavra, não os visitavam... nada!
Cruzaram-se na rua. O Filho olhou e meteu a cara ao chão
- Bom dia, meu filho! Estão bom?
A resposta foi um apressar do passo. O coração dela caiu-lhe aos pés. "Vingou-se" no choro. Por mais que tentasse disfarçar, o marido apercebeu-se:
- Que tens mulher? Estás doente? Alguém te ofendeu?
- Nada, homem! Parece que tu não sabes como são as mulheres...
O que menos desejava era "deitar lenha para a fogueira"! Por isso tentou disfarçar.
Há poucos dias, filho, nora e netos apareceram em casa. Bateram à porta:
- Podemos entrar?
A velha mãe não conteve a força da emoção. O pai mostrou nos olhos cansados um brilho intenso, feliz. Tantos meses depois, o filho e sua família regressavam. Abraçaram-se. A princípio, temerosos; depois, convictamente.
- Peço-vos desculpa - balbuciou o filho.
- Ora, o que lá vai, lá vai - sentenciou feliz o pai.
- Depois daquela "Eucaristia com famílias", não nos sentíamos bem sem voltarmos àquilo que éramos antes - disse numa voz pausada e firme o filho.
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