quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Um Romance que aconselho

226 páginas que se lêem num fôlego. E está tudo dito.

"- é a história verdadeira de um amor. De um grande amor.

O romance relata-nos os tempos em que os portugueses sonhavam com o Brasil como se do Éden se tratasse e, em verdadeiras multidões, entravam nos grandes vapores que cruzavam o Atlântico e lançavam-se no desconhecido à procura da fortuna: umas vezes nas fazendas do interior, nos cafezais ou nos engenhos dos coronéis; outras, nas grandes cidades do litoral, carregando sacos, lavando roupa nas tinturarias ou servindo fregueses em arriscados botequins.
Alguns, bafejados pela sorte, voltaram emproados e ricos e ergueram palacetes e chalés no seu local de origem. Outros, a maioria, menos afortunados, por lá ficaram sem darem mais notícias.

Nas histórias que aqui se contam, podem ver-se os dramas de quem emigra e deixa a terra, e a solidão de quem é forçado a viver longe da pátria e da família.O caso mais impressionante é o de um jovem que, por amar demais, perdidamente, tentou nas lonjuras da América matar a sua paixão e esquecer o seu amor... sem o conseguir, e o de uma senhora que tardou em amá-lo ainda em vida mas o amou exemplarmente após a morte." (Contra-capa)

"O último a chegar foi o padre Dias.
Pequeno, bondoso e simples como as urzeiras da serra que o criara, tinha a pureza de um anjo, a humildade de um santo e a timidez de um arminho. Afável e acolhedor, era incapaz de ferir ou magoar alguém, mesmo que motivos não faltassem. Foi sempre assim o bondoso sacerdote.
Como os anteriores, também o novo pároco frequentava assiduamente a Casa Preta, onde era hospedado como príncipe e estimado como familiar. Depois do falecimento de Donato e da mulher, mais raras vezes e com mais cuidado, para não causar suspeitas ou provocar maledicências." (Pág 173)


Senhor Vigário Geral, penso que um sacerdote com estes dotes todos- com a eclesiasticamente exaltada virtude da prudência à cabeça- e, acima de tudo, óptimo conselheiro de solteironas, merecia bem um reconhecimento da diocese. Que tal nomeá-lo Monsenhor? Ahahahah

****************************
O autor deste romance é o P.e Dr. Joaquim Correia Duarte, actual pároco de Anreade, concelho de Resende.
Não tenho palavras para salientar dignamente a grandeza humana e sacerdotal deste sacerdote, que foi para os jovens seminaristas da minha geração modelo de pároco, tal a competência, zelo, aprumo, dinamismo pastoral, envolvência humana, social e cultural da sua acção. Nunca cultivou cultos de personalidade ou ânsias de "subir na carreira eclesiástica". Constou-se que o Bispo da altura, ao aperceber-se da fantástica acção pastoral do P.e Joaquim Duarte, lhe teria proposto outros campos de acção mais bastos e com outros horizontes. Não, ali ficou na sua humilde paróquia, servindo. Sempre.
Também a cruz lhe bateu à porta. Pesada, impetuosa, obocanhante. O seu estofo interior, a sua fé e o apoio dos amigos levaram-no por caminhos de ressurreição.
Também na escrita é um mestre. Além da investigação na sua área de formação - História - que o tornou membro da Academia de História e o levou à publicação de obras várias na área da História Local, publicou já várias romances para gáudio de quem gosta de ler e saborear belos enredos narrativos, urdidos na mais pura língua pátria.
Por tudo e por tanto, parabéns, amigo!

3 comentários:

  1. Senhor Padre Carlos, pelos encómios que faz ao livro, gostaria de adquiri-lo. Até porque também vivi, na infância, com meus pais, a experiência da emigração (na Venezuela).
    Quem distribui a obra?

    Evágrio Pôntico

    ResponderEliminar
  2. Amigo Evágrio Pôntico:

    Eu comprei este livro no último retiro, pois o autor estava lá e tinha-o à venda.
    Na obra diz : "Pedidos: ao autor".

    Email: correia-duarte@sapo.pt

    Telef. 254877687

    Penso - não tenho a certeza - que poderá estar à venda na papelaria "Voz de Lamego", em Lamego.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. Bom dia, Senhor Padre Carlos.
    Obrigado pela informação.
    Vou fazer o meu pedido. Uma obra bem escrita e em bom português não se deve perder. O domínio escorreito da Língua é coisa que hoje escasseia.
    In corde Jesu,
    Evágrio Pôntico

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.