Vinte e cinco após o seu falecimento, José Maria Pedroto continua uma recordação VIVA!
Este lamecense, que o futebol catapultou para as páginas da História, esteve sempre muito à frente do seu tempo. Só os grandes o conseguem.
Personalidade forte, líder incontestado, lucidez e brilhantismo intelectual, profundo conhecedor do mundo e dos mundos do futebol, ajudou a construir a hegemonia do FCP nestes últimos 25 anos.
As suas equipas praticavam em campo um futebol a que hoje se chama de "pressão alta", funcionavam como um bloco e desenhavam no terreno um futebol rendilhado para gáudio da assistência por quem, aliás, tinha todo o respeito.
Os tempos eram outros, é certo. Mas Pedroto tinha o condão de descobrir talentos e de neles apostar. Lembro, a título de exemplo, que, quando treinava o Setúbal, havia um jovem jogador, normalmente suplente, que jogava a médio. Com o seu "olho de lince", Pedroto descobriu-lhe a vocação: avançado. Fez dele um enorme jogador, mais tarde transferido para o Benfica e que, não fora o extravio comportamental, teria sido sem dúvida um dos maiores avançados de todos os tempos do futebol luso. Era o Víctor Baptista. E quantos mais casos!
Homem de decisões rápidas. Uma vez fui às Antas ver um Porto-Boavista. Partida que os portistas venceram. A certa altura, Pedroto lança em jogo o Oliveira, então estrela nascente. Não tardou grande tempo a retirá-lo, pois não estava a corresponder.
Lia o jogo com uma perspicácia rápida, o que lhe permitia tomar decisões na hora.
Ergueu a sua voz, vezes sem conta, contra o centralismo de Lisboa e devolveu ao Porto a consciência da dignidade. Era preciso perder o medo, mal se ultrapassasse a ponte...
Depois de Pedroto, só dois nome me encheram as medidas. Robson com o seu futebol de ataque e Mourinho que fez dos azuis-e-brancos essa máquina trituradora e ganhadora de títulos.
É a minha humilde opinião. Mas ao pé de Pedroto, Jesualdo nem sombra merece ser. Em todos os aspectos do futebol...
bláblábláblá...
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