quinta-feira, 7 de agosto de 2008

"Confio na Polícia!"... "São casos pontuais!"...

Mais um assalto. Com infinda cobertura televisiva. Desta vez o alvo foi uma dependência do BES em Lisboa. Os assaltantes fizeram cinco reféns, libertando três durante a tarde. Por fim, a polícia tomou de assalto as instalações, libertou os dois reféns e prendeu os assaltantes.
Li e ouvi que os dois assaltantes eram brasileiros. No noticiário da noite da SIC, o comentador referia claramente que os assaltos com maior violência realizados neste país nos últimos tempos foram conduzidos por brasileiros, ucranianos e romenos, gente de leste. E quando o jornalista lhe perguntou se isso não seria racismo, respondeu que não, era a verdade.
Claro que já estou a ouvir o Ministro da Administração Interna: "Confio na Polícia!"... "São casos pontuais!"... E di-lo com aquela cara de mau e de importante - só se for para atemorizar os portugueses ou a polícia, porque aos gatunos não consegue, como se tem visto. É a cassete do costume. Não sei se neste caso foi exactamente isto que disse, mas andará por lá perto. Realmente a insegurança aumenta, afecta, destrói. Não adiantam as estatísticas que a seu belo prazer o senhor Ministro apresenta. Vivemos num país inseguro. Isso é trágico. E o que se tem feito para inverter a situação???
Claro que do Primeiro-Ministro, nem palavra, como é costume. Se fosse para apresentar promessas, com toda a pompa e circunstância, ai aí ele aparecia, sem dúvida. Como se trata de problemas reais, fica caladinho. Da oposição, já nem falo, porque pura e simplesmente não existe.
Tenho para mim, como aliás o referi por diversas vezes neste blog, que o Partido Socialista lida mal com a autoridade. Em relação à autoridade familiar, estamos conversados. O importante para esta gente é emperrar, embaraçar, desmoronar o que ainda resta da família tradicional. Em relação à autoridade dos professores, as posições do actual governo são pura e simplesmente lastimáveis. Quanto à autoridade policial, o caso não melhora. Não foi Mário Soares que disse que não gostava de polícias? Não foi o actual Ministro da Justiça que, quando foi Ministro da Administração Interna no anterior governo socialista, soltou a célebre frase: "Esta não é a minha polícia?" Quanto às leis aprovadas - não esquecer que o governo tem uma maioria absoluta no parlamento a apoiá-lo - o sentido é sempre o mesmo: proteger os infractores, desprotegendo as vítimas.
Realmente o PS tem um problema genético no que toca à autoridade. Mete-lhe confusão que a haja! Ah! A não ser na que ele exerce. Aí, aí de quem lhe toque! Relembro só um caso. Pensem no que sucedeu àquele professor colocado na Direcção Regional de Educação do Norte... São bem conhecidos dos portugueses os tiques de autoritarismo do nosso Primeiro...
Se o governo é a calamidade que é, se a oposição não quer existir, então tem razão aquele amigo que há tempos sugeria: " Nas próximas eleições, portugueses todos às urnas. Mas votem todos em branco! Só assim os políticos serão obrigados a entender a linguagem do povo."

4 comentários:

  1. Tudo isto é mais q verdade , anda toda a gente a enganar se , " somos um país de brandos costumes " ......todo o "bicho careca " pode vir para cá trabalhar .....não temos para nós e andamos de fronteiras abertas para todo o mundo .

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  2. Choca-me:

    -ver um homem a ser morto por outro homem que é mandado, ainda por outro, premir o gatilho;

    -sentir a frieza de tanta gente a quem o facto parece não ter causado dor, antes "alívio"

    -ouvir o Ministro da Administração Interna tecer rasgados elogios à intervenção policial (o que lhes teria ele dito se tudo se tivesse resolvido sem vítimas...)

    -verificar que a acção a montante (aquela que previne, que conserta, que não magoa) é constantemente desvalorizada sob o pretexto de traumatizar as criancinhas... veja-se o que está a acontecer com a autoridade de pais, professores...

    -constatar uma tão generalizada dormência em relação à necessidade de incutir VALORES (maldito "ter" que sufoca o "ser"!...

    Choca-me!!!

    Duvido que a paz consiga chegar tão cedo a quem mandou disparar e quem obedeceu a tais ordens...

    Para eles e para todos os que ontem, pelas mais variadas razões, foram vítimas do infortúnio, peço a Misericórdia de Deus. Com verdade e sem hipocrisia.

    Com estas palavras não pensem que quero defender comportamentos marginais; quero a VIDA, sempre! e as pessoas, todas!!!

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  3. O que se está a passar no nosso país é, efectivamente, algo preocupante, porquanto temos um governo que desgoverna, ao permitir que grasse a corrupção, a fraude, a injustiça social e tantas outras coisas destrutivas dos nossos valores e principios.

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  4. Se há pessoas verdadeiramente extraordinárias a Prof. Dra Teresa Paiva é uma delas. Conheço-a suficientemente bem para o poder afirmar. Neste caso mais uma vez deu provas do seu carácter: foi sequestrada, ofendida, maltratada... mas, de imediato, socorre quem dela precisa e se disponibiliza a ajudar a recuperar quem horas antes a havia ameaçado de morte.
    O rapaz permanece hospitalizado sob o cuidado do genro. Ironia do destino ou de Deus? Nunca sei distinguir uma coisa da outra...
    Sem que nós saibamos, Deus sempre vai espalhando por aí uns anjos da guarda... A Prof. Teresa Paiva é um deles. Garanto-vos.
    Obrigada Dra Teresa por existir.

    Para si um beijinho muito especial.

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