terça-feira, 26 de agosto de 2008

De regresso

Uns breves dias de descanso com familiares. Dadas as circunstâncias, foi um tempo sereno em que privilegiamos mais o silêncio do que o barulho ou a excitação. Valeu a irrequietude salutar dos pequenos que foi salpicando as breves férias com momentos de aprazível descontracção.
Por razões compreensíveis, não estive tão atento como é costume ao que nos ia rodeando.

Gosto de dar longos passeios pela praia, pois sabe-se bem esse espaço de solidão no meio de multidões. Aprecio sentir o cheiro do mar e de contemplar a sua imensidão libertadora.

É-me muito gratificante reparar nos bons ambientes familiares que se podem observar. Famílias que conversam descontraidamente, que jogam, que brincam, que passeiam. Nunca me encho de reparar na nova atitude dos homens-pais. Há 30 anos, quase não via um pai a cuidar do filho bebé, a passear com ele ao colo ou pela mão e, muito menos, mudar-lhe a fralda. Hoje é frequentíssimo, felizmente.

A este respeito, chocou-me a atitude de um casal de meia idade com aspecto de "gente bem". Estavam ambos nas suas toalhas na praia bem apetrechada de gente. Ao lado, um jovem casal jogava à bola com os seus dois filhitos. Só que a malandra da bola foi bater no pé do homem de meia idade. Meu Deus, que sermão pregou, que ameaças proferiu, que insensibilidade revelou perante as desculpas que o jovem pai solicitamente apresentou! Confesso a minha revolta. Como é possível ser tão seco, tão maníaco, tão insensível? Parece que algumas pessoas só têm na cabeça a porcaria do dinheiro que lhe queimou completamente o coração.

O tempo esteve bom, embora a água se apresentasse mais fria do que é costume.

Foi muito interessante este convívio com familiares, sobretudo por durante o ano não tenho ocasião de privar com os meus sobrinhos. Os cunhados Ana e Armando, os manos Jacinta e Nuno e os sobrinhos Rita, Inês e André foram impecáveis. Tudo fizeram para que me sentisse bem. Aliás, como sempre. O meu profundo agradecimento.
Então o André, nos seus nove anitos, é o máximo. É um miúdo eléctrico, mas vivaço e de uma humildade estupenda. Gosta imenso de saber o porquê das coisas, de pregar partidas e tem um gosto especial pela história de Portugal. As primitas são também maravilhosas.

No regresso, como gostamos de fazer, subimos demoradamente pelo Alentejo. A todos fascina a imensidão da planície alentejana. Este ano, escolhemos o litoral alentejano, após visita ao Forte de S. Vicente.

5 comentários:

  1. Olá!

    Gozado como as pessoas se esquecem dos princípios na hora que têm seus egos feridos...
    Parabéns pelo blog

    Abração!

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  2. já fazia falta as suas reflexões. obrigado por tem regressado.

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  3. Olá Grande amigo.
    Sim é um prazer ter um amigo como o Sr. Padre e essas ferias foram bem merecidas. O senhor e um grande Homem, um exemplo a seguir.
    Já estavamos com saudades dos seus textos.
    Saudações Atentas.

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  4. Obrigado a todos.
    Eu é que sentia saudades deste espaço e dos meus amigos.
    Obrigado por me aturarem. Confio na vossa bondade mais do que nos meus méritos.
    Agradeço sempre o comentário, que seja de concordância quer de discordância. Assim também fico mais rico.

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  5. Olá Kota!!
    Já tinha saudades dos seus posts.
    Ainda bem que as mini-férias correram bem. Estava a precisar.
    Seja bem vindo.
    Beijos n@veg@ntes da Amiga
    Arlete

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