sábado, 13 de março de 2021

Não imitemos o Papa Francisco!


 Há oito anos era eleito o Papa Francisco. A escolha do nome prometia. A forma de se apresentar era uma espécie de imagem, ao vivo, do espírito do Concílio Vaticano II. De surpresa em surpresa, todos os dias o Papa nos toca todas as feridas e nos chama à conversão. O exemplo da sua própria vida, o estilo da sua pregação, as prioridades do seu ministério são uma escola e uma escolha de vida para todos. Creio que as maiores dores de cabeça e os maiores sofrimentos do Papa vêm, como no tempo de Jesus, do clericalismo dos "anciãos e príncipes dos sacerdotes". Somos nós, sobretudo os cristãos ordenados, os mais difíceis de converter. Tenho de o reconhecer. A "casta clerical" custa a detonar e as nossas resistências são mais que muitas. São muitos quilos de pó da história, são muitas «gorduras» a abater ao peso do nosso ego. Não nego quanto as suas palavras me atingem como um soco no estômago. Não nego quanto os seus gestos me desconcertam, me desarrumam, me desarranjam e me desprogramam. Não é nada fácil corresponder aos desafios do Papa para uma Igreja pobre e dos pobres, uma Igreja em saída e não fechada sobre os seus interesses. Muitos de nós ainda se sentem mais "ministros da Igreja" do que servidores do Reino. Ainda nos preocupamos mais com a imagem de instituição do que com a vida bela do Evangelho. Todos, bispos, padres, diáconos, religiosos e consagrados, leigos e leigas, todos mesmo precisamos muito de nos reencontrar com o Evangelho de Jesus Cristo. Só isso poderá restaurar a Igreja, para que brilhe, por meio dela, a beleza da santidade de Cristo. Vejo que muitos imitam o Papa, nas expressões, nas citações e às vezes até nas "decorações"! Ora as figuras carismáticas não suportam réplicas nem imitações. Por isso, não imitemos o Papa Francisco, para não vivermos à custa do seu bom nome. Sejamos fiéis ao Evangelho, procuremos seguir Jesus Cristo, de corpo e alma, do jeito que somos. Imitar a Cristo, mais do que isso, segui-l'O é a melhor forma de agradecer o carisma deste Papa, que o mundo abraça de braços abertos, porque é único e não merece imitações que não passam de uma contrafação espiritual.

Amaro Gonçalo, Facebook

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