sábado, 27 de março de 2021

Desconfinar a Páscoa!

 
Não. Não se trata de desconfinar "na" Páscoa, em férias, em viagens, em saídas, em evasões delirantes, que nada têm de pascais.

Desconfinar "a" Páscoa é outra coisa: é não deixar a Páscoa confinada no recanto da casa, na culinária da época, no baú das memórias, a lamber as feridas de uma tradição que já não é o que era.
Desconfinar a Páscoa é ter a coragem de sair de minha casa para a Igreja, de deixar o cantinho da oração para atravessar o átrio da comunidade e participar nas celebrações comunitárias.
Desconfinar a Páscoa é libertar-se da comodidade do sofá para tirar o pó do assento da Igreja há muito por ocupar.
Desconfinar a Páscoa é ter a coragem deste «êxodo», desta «saída» do domínio doméstico para nos pormos todos juntos a caminho, «povo em saída», ao encontro da comunidade de fé, onde Cristo, no nosso meio, nos mostra as chagas da pandemia e Se oferece vivo e Ressuscitado, fonte de Paz e de misericórdia.
Desconfinar a Páscoa não é multiplicar as saídas de grupos, em visita pascal, nem fazer da visita pascal um compasso de espera!
Desconfinar a Páscoa é sair ao encontro de quem anda à deriva e, porventura, conta contigo na sua procura! As ‘igrejas vazias’ dizem-te que o teu amigo, o teu irmão já não está aqui. Por onde andará? Será que se perdeu? Será que adoeceu? Será que alguém lhe morreu? Será que ficou para trás? Não estará ele à espera que lhe dês sinais de vida? Estará ele a precisar de uma mão? Faz esta visita pascal, de modo pessoal, por via telefónica ou por rede digital!
Desconfinar a Páscoa, para ressurgir em força desta pandemia, é voltar com alegria, no primeiro dia da semana, à mesa da Eucaristia.
Este ano, sem mau tempo e sem "alternativas" para «saídas», que desculpa terás para ficares confinado nesta Páscoa?
(Amaro Gonçalo, Facebbok)

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