segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

UM CONFINAMENTO DESCONFINADO

Os números não são estatísticos são pessoas


Há muito tempo que se falava de uma segunda e terceira vagas... Os governantes falavam disso. Entretanto como se preveniu o país para tais eventos?

- A partir de novembro, quando em alguns países se foram tomando medidas a sério, em Portugal parecia que se jogava o jogo do gato e do rato. Conforme os números de infectados aumentavam neste ou naquele concelho, aí se impunham umas regras para depois cairem se os infectados diminuiam...

- Os hospitais estão num caos neste momento. De tal maneira que a Ordem dos Médicos pede um novo confinamento geral, a sério, que não fique por meias medidas.

Que medidas foram tomadas para prevenir este caos?
- No Natal foram só facilidades enquanto noutros países foram só dificuldades. Enlevados pelo facilitismo natalício, muitos portugueses não levaram a sério as exigências governamentais no Ano Novo. Os resultados estão à vista. Portugal é hoje o país com maior número de novos casos por milhão de habitantes!

- Chegou em 15 de janeiro novo confinamento geral que cheira mais a um confinamento desconfinado, tantas e tantas são as excepções. Resultado? Praias com muita gente, imensas pessoas na rua, regras sanitárias por cumprir, porque há sempre uma explicação legal para não estar em casa.

- Os portugueses reagem normalmente bem ao 1º impacto. Veja-se o que aconteceu em março/abril passados. Mas depois cansam-se. A perseverânça não é certamente uma das nossas virtudes cívicas e humanas. E dá a impressão que olham para os números de infectados e de mortos como meras estatísticas. Mas não, são HUMANOS!

- A campanha presidencial continua. Mas a vida é o 1º valor. Se não defendemos a vida, defendemos a democracia? Mais, sabendo da hipótese de uma 2ª ou 3ª vaga, porque não se tomaram medidas constitucionais para que a eleições presidenciais pudessem ser adiadas?

- Olhando em retrospectiva, salta claro que o governo, tirando a 1ª fase (março/abril) nunca mais soube lidar a sério com esta maldira pandemia. O Presidente da República que fala muito e de tudo sem quase sempre nada dizer, também não fica bem na pintura. A oposição (mas existe oposição democrática???) ou alinha com o governo, ou está caladinha, ou demonstra uma confrangedora ausência de ieias e de perspectivas.

- Os governos não existem para serem populares ou populistas. Não existem para agradar a todos. São para governar. O julgamento da acção governativa vem de 4 em 4 anos pelo voto dos cidadãos.

- "O grande sinal da gravíssima situação da pandemia em março de 2020 foi ter fechado as Igrejas. Nesse sinal, mesmo os não crentes ou praticantes, interpretaram a urgência de arrepiar caminho, pois era algo de inédito na nossa história coletiva. Hoje, com o relaxamento da população, precisamos de dar um sinal claro de que estamos mesmo diante de uma tragédia nacional injusta para uma geração de valentes e combatentes que merecia outra sorte.. Cai todos os dias um avião (ver o número de mortos) e já nem a notícia nos provoca temor?! Para grandes males grandes remédios. Esperemos que seja dado um sinal pelo governo de que o travão para o abismo já não vai a tempo de poupar os que sucumbem ao precipício. E aqui estão sob juízo tanto os que nos governam como todos e qualquer um dos cidadãos."
(Amaro Gonçalo)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.