segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Sobre as Eleições Presidenciais

 Ao correr da pena...

1. A pandedmia, o confinamento, a convicção da vitória de Marcelo e as deficiências da Lei Eleitoral não podem explicar tudo. 60,51% de abstençã tem a ver com razões mais profundas, sobretudo com o alheamento dos cidadãos em relação à política.

2. Como era previsível, Marcelo ganhou as eleições e viu até reforçado o seu papel presidencial. Ganhou com 60,7% dos votos expressos.

3. A derrota contundente da - vulgarmente apelidada - exrema esquerda. Marisa Matias e João Ferreira, juntos, obtiveram apenas 8,27% dos votos.

4. André Ventura, com 11,9%, ficou em 3º lugar. Além dos votos dos indefectíveis do Chega, capitalizou muitos votos de protesto, estou convencido disto. Noutras eleições, talvez esse voto fosse para a dita extrema-esquerda, agora a novidade "André Ventura" poderá ter merecido a preferência dos contestatários e anti-sistema.  E temos que pensar se a votação em André Ventura não será uma forma dos cidadãos reagirem contra o tom fracturante de sucessivas iniciativas legislativas, mormente do BE.

5. Ana Gomes, apesar do 2º lugar, acabou com um resultado pobre, pois nem um 1/3 dos votantes no PS conseguiu conquistar. Aquele seu estilo, algo trauliteiro, não atraiu os eleitores.

6. Não concordo com a maioria esmagadora das propostas do Chega. Mas entendo que não se combate este partido com ataques pessoais ou respondendo-lhe da mesma maneira. Combate-se com ideias! Alguns debates demonstraram isso muito bem.

7. É preciso que os políticos olhem com "olhos de ver" - e a começar já - para alguns problemas que os cidadãos sentem e a que os políticos do sistema não têm dado a devida atenção. Reformar o sistema de justiça, tornando-a mais ágil, atempada e justa. Tratar os portugueses todos por igual, pois as minorias são cidadãos de pleno direito, sem mais nem menos direitos. Por serem minorias, não têm regalias especiais, nem o Estado deve ter medo de tais minorias... Prestigiar o papel das polícias para que possam defender a segurança de pessoas e bens. Defender a classe média, sempre "o saco de porrada" de todas as crises.Lutar contra todo o parasitismo social que é sempre desumano, pois deve trabalhar quem pode trabalhar. Combater com "unhas e dentes" toda a forma de corrupção, compadrio e clientelismo. Ter em atenção a sensibilidade e o pensar popular, mormente quanto a leis fracturantes que são levadas e aprovadas no Parlamento sem sequer estarem no programa eleitoral dos partidos políticos. Não hipotecar as novas gerações à custa de imediatismos. Deixar de asfixiar os cidadãos com impostos e mais impostos, a que se junta uma burocracia esmagante. Libertar a sociedade civil do protectorado do Estado. Fomentar a criatividade, o mérito, a produtividade. Fomentar e apoiar uma visão solidária, altruísta e empenhada dos cidadãos, pois cada pessoa está sempre em 1º lugar.

8. Num tempo de pandemia em que os cidadãos estão mais do que nunca virados para o Estado, o candidato da Iniciativa Liberal teve um resultado escasso. O "menos Estado e mais sociedade" não passo nesta altura. O candidato até foi dos que melhor soube espor as suas ideias, tendo mantido um estilo sereno de estar. O facto de ser um desconhecido também não ajudou...

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