Agradecemos aos intervenientes a aceitação do desafio e a maneira séria, espontânea, sincera como decorreu o encontro.
O que mais apreciam nos filhos de hoje?
Ana, 50 anos – A capacidade de dialogarem com os pais. É hoje mais fácil os filhos
abrirem-se com os pais do que noutros tempos. Também aprecio a alegria dos
miúdos.
Nuno, 49 anos – A liberdade de pensamento. Talvez por conhecerem e dominarem a
internet, a globalização está-lhes ao alcance de um clique. Por outro lado, a
geração 10-20 é uma geração solidária com as vítimas das crises mundiais, as
minorias, o ambiente os animais, etc.
Maria, 59 anos – A capacidade de resolver problemas, tomar iniciativas. Os jovens
são hoje mais desenrascados e abertos aos pais.
Gouveia, 54 anos – A sensibilidade e o carinho, o apreço pela
verdade e um coração puro. A capacidade de ensinar os pais porque há coisas em
que estão muito à frente, veja-se o caso das novas tecnologias.
O
que mais apreciam nos pais de hoje?
André, 16 anos – A capacidade de nos perceberem, porque temos interesses novos e outra
maneira de fazer as coisas, muito diferente do tempo deles e, apesar disso,
dá-nos uma liberdade responsável.
João, 17 anos – O mais admiro é a preocupação que os pais de hoje têm com os filhos,
tanto na educação, como na proteção e saúde. Se soubermos conquistar a
confiança deles, eles confiam em nós. Não sei se antigamente seria assim…
Rita, 18 anos – O à-vontade que temos em falar com os nossos pais e a forma como nos
tentam compreender apesar de muitas vezes se contrariarem na sua maneira de
pensar. Aprecio quando não percebem alguma coisa e perguntam aos filhos,
especialmente no que toca às novas tecnologias.
Inês, quase 18 anos – A capacidade de
os pais aceitarem que os filhos são pessoas, com vontades e gostos,
orientações, opções vocacionais e projetos próprios.
O
que gostam menos nos filhos de hoje?
Ana – Os filhos de hoje são pouco persistentes. São capazes de quer virar o
mundo por uma ideia, mas após um obstáculo desistem. Por culpa das tecnologias,
são solitários, egoístas e, de algum modo, individualistas. Muitas vezes veem o
mundo pelo tamanho do seu computador.
Nuno – Na geração 10-20, nota-se uma inversão de valores ou ausência deles. Ou
não os aceitam ou não os compreendem. É uma geração preguiçosa, pois fazem o
mínimo e não revelam capacidade de sofrimento. Aos 30 anos ainda vemos gente a
pensar no que quer ser quando for grande…
Maria – São jovens bastante consumistas, sem preocupação com o futuro, porque
os pais estão lá para os apoiar. Só se preocupam com eles próprios.
Gouveia – Ausência de valores, e opção por facilidades. Indecisos quanto ao
futuro e dependentes dos pais.
O
que gostam menos nos pais de hoje?
Inês – Os pais criticam a nossa geração, mas foram eles que a criaram. Somos
jovens persistentes nas causas que muitas vezes os pais desvalorizam porque são
diferentes dos projetos deles.
André – Os pais não percebem que, se nós não temos capacidade de sofrimento e
de persistência, é porque hoje não é preciso. Os pais não deixam que os filhos
passem pelas dificuldades que eles passaram, logo não podem criticar. Os pais
facilitam a vida aos filhos e depois criticam pelo facilitismo jovem?!...
João – A educação familiar que nos foi dada é basicamente aquilo que somos.
Apesar da sociedade nos poder modificar um pouco, somos o que for a nossa
educação familiar. “Eu quero dar ao meu filho o que eu não tive”, ouve-se. Os
pais querem ver em nós o que gostariam de ter tido. Neste sentido, somos uma
geração muito consumista porque os pais nos dão tudo. Os pais vivem
excessivamente para o trabalho para nos poderem dar tudo, o que lhes retira
tempo para nós e para a família. Isto faz com que nós recorramos aos nossos
amigos e suas exigências, mas há pais que conseguem controlar as amizades dos
filhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.