A reabilitação das raízes cristãs da Europa nunca será possível se não começar pelo amor ao próximo. Fechar portas, erguer muros, cavar trincheiras, abdicar da solidariedade é o modo menos cristão possível de lidar com a dor e o sofrimento.
O primeiro-ministro da Hungria veio defender a forma como o seu governo lida com os refugiados, argumentando com as “raízes cristãs” da Europa. E pergunta mesmo se não é “alarmante que a cultura europeia cristã esteja quase sem condições para defender os seus próprios valores cristãos”.
Infelizmente, os valores cristãos da Europa têm sido maltratados nos últimos anos pelos próprios europeus. São continuamente desbaratados por muitos que estão dentro e não pelos que vêm de fora.
A reabilitação das raízes cristãs da Europa nunca será possível se não começar pelo amor ao próximo. Fechar portas, erguer muros, cavar trincheiras, abdicar da solidariedade é o modo menos cristão possível de lidar com a dor e o sofrimento.
Nas difíceis condições de trabalho, na mentalidade economicista, no atropelo da liberdade, no aborto, na eutanásia e demais formas de desprezo, no modo de olhar a imigração e no acolhimento de refugiados, joga-se sempre a dignidade da vida humana.
E defender a dignidade da vida humana, em todas as circunstâncias, significa redescobrir o que de melhor o cristianismo tem para oferecer à humanidade – no mundo, na europa e também na Hungria.
Este muro de argumentos do primeiro-ministro húngaro não é menos demagógico do que o muro de 175 quilómetros que mandou construir na fronteira com a Sérvia.
E muros, como este, são muros de triste memória. Evocar os valores cristãos para os erguer não é simples hipocrisia, é motivo de escândalo que enquanto cristãos temos a obrigação grave de denunciar e repudiar.
Fonte: aqui
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