Uma Igreja de discípulos, torna-se, portanto, uma Igreja missionária, que embarca do centro da cidade, para a periferia. Este é o desafio, segundo as palavras do Cardeal Jorge Bergoglio, nas congregações anteriores ao Conclave. Aquele que havia de ser eleito Papa Francisco, escreveu, num manuscrito, alguns tópicos, sobre o caminho da Igreja, para este tempo. Destaco o seguinte:
1. Evangelizar supõe zelo apostólico. Evangelizar supõe para a Igreja a audácia de sair de si própria. A Igreja é chamada a sair de si própria, para ir até às periferias, não apenas geográficas, mas também das periferias existenciais: as do mistério do pecado, as da dor, as da injustiça, as da ignorância e da abstenção religiosa, as do pensamento, as de toda a miséria.
2. Quando a Igreja não sai de si própria para evangelizar, torna-se autorreferencial e fica doente, tal como a mulher curvada sobre si própria, de que fala o Evangelho (…). No Apocalipse, Jesus diz que está à porta e chama. Evidentemente, o texto refere-se ao que chama a partir de fora, para entrar. Mas penso, nas vezes, em que Jesus bate desde o interior para que O deixemos sair. A Igreja autorreferencial pretende Jesus Cristo dentro de si e não O deixa sair.
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