Cardeal-patriarca destaca importância
da «Igreja pobre»
da «Igreja pobre»
desejada por Francisco
O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje em Fátima que o novo Papa tem sido uma “autêntica surpresa”, mesmo para aqueles que o elegeram, e elogiou a atenção aos pobres, antecipando “reformas” na Igreja.
“[O Papa] dá um lugar privilegiado aos pobres, aos marginalizados, a todos os que sofrem. Foi muito claro ao afirmar que o modelo de Igreja que o atrai é uma Igreja pobre, ao serviço dos pobres”, disse D. José Policarpo, no discurso de abertura da 181ª assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que decorre até quinta-feira.
O presidente do organismo máximo do episcopado católico elegeu “algumas linhas de força” do pontificado de Francisco, iniciado a 13 de março. “Este Papa é um sinal de esperança. Não deixar morrer a esperança já é sua mensagem explícita. Isso significa reformas inevitáveis na vida da Igreja? Com certeza”, precisou o cardeal-patriarca de Lisboa. Segundo este responsável, no caso da Cúria Romana a reforma “tem de ser feita revalorizando a doutrina do Concílio Vaticano II sobre a colegialidade dos Bispos e a justa autonomia das Igrejas particulares”. “Esta reforma não pode ser feita a partir de erros e escândalos, concentrados num tão falado relatório”, acrescentou, numa alusão ao documento elaborado por três cardeais, a pedido de Bento XVI, após as fugas de documentos reservados do Vaticano. D. José Policarpo, um dos 115 cardeais presentes no Conclave para a eleição do sucessor de Bento XVI, afirmou que o novo Papa veio renovar “a esperança de João XXIII (1881-1963) numa primavera da Igreja, que há de florir a partir das sementes do Concílio” Vaticano II (1962-1965). Francisco, prosseguiu, teve “a ousadia de traduzir” a sua visão de Igreja nos símbolos exteriores: “A simplicidade no vestir, a renúncia às joias preciosas, escolher viver num sítio [Casa de Santa Marta] onde a convivência, em Igreja, seja dado fundamental”. “O bispo de Roma, que é sucessor de Pedro, é um pastor. O seu poder não se compreende à luz dos poderes deste mundo. As multidões precisam de ser amadas, atraídas pelo amor do bom pastor”, declarou o patriarca de Lisboa. Para o presidente da CEP, Francisco quer conduzir o “grande serviço do ministério do Papa à sua verdade e à sua funcionalidade” e “dar prioridade à vitalidade pastoral, não deixando que a burocracia administrativa tome o primeiro lugar”. “Estejamos abertos às exigências da surpresa. Também nas nossas estruturas diocesanas há muito que mudar, à luz dessa prioridade pastoral da Igreja”, realçou. D. José Policarpo adiantou ainda que o Papa Francisco lhe pediu por duas vezes que “consagrasse o seu novo ministério a Nossa Senhora de Fátima”. “Seria belo que toda a Conferência Episcopal se associasse à realização deste pedido. Maria guiar-nos-á em todos os nossos trabalhos e também na forma de dar cumprimento a este desejo do Papa Francisco”, concluiu. A assembleia plenária da CEP vai discutir uma carta pastoral intitulada ‘Dar força à família em tempos de crise’ e uma nota sobre o tema ‘Promover a renovação da Pastoral da Igreja em Portugal’. In agência ecclesia |
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