Com um treinador competente, teríamos largas possibilidades de sucesso nas principais competições.
FRANCK FIFE/AFP/Getty Images
Tenho insistido na tese de que a falta de opções de Vítor Pereira (VP) é uma mera desculpa para o descalabro em que ele transformou este FC Porto. O que se observa é que ele não rentabiliza as que tem, sejam muitas ou poucas, transformando esse problema num não-caso. É inútil reclamar-se por mais alas, por mais jogadores para o meio-campo, ou até por mais laterais, se aqueles que existem no plantel (ou existiam) são ignorados e desprezados recorrentemente, sendo o jogo de segunda-feira com o Sp. Braga um bom exemplo disso.
Ainda estávamos em 1.º lugar e eu já alertava para a necessidade de gerir os principais elementos do meio-campo, tendo em vista a fase decisiva da época. A verdade é que VP continuou a insistir nos mesmos de sempre, mesmo quando era visível a queda física e consequentemente a queda qualitativa dos jogadores e da equipa. A equipa foi-se tornando mais lenta, mais previsível, mais facilmente anulável pelos adversários.
O resultado de tudo isso foi a eliminação da Champions, o fraquíssimo jogo de Alvalade que nos custou a liderança e mais alguns desaires, mesmo que alguns pudessem deixar de o ser se a pontaria de Jackson fosse mais afinada…
O jogo de segunda-feira, tal como já disse, é um bom exemplo. Com dois extremos no banco, VP voltou a preferir colocar Defour na ala, voltou a insistir no centro em Lucho, que infelizmente já não pode dar mais do que aquilo que tem dado, voltou a insistir num jogo previsivelmente lento e afunilado, tendo em conta as características dos jogadores apresentados.
Podemos questionar se jogador x ou y que estão no banco têm ou não qualidade, é certo. E na minha opinião é aqui que se constata que VP ou percebe pouco de futebol ou tem muita pouca coragem. Numa equipa rotinada no 4x3x3, numa equipa que se quer rápida a trocar a bola e a desferir os ataques, é exasperante observar as opções tomadas jogo após jogo e que têm abalado por completo com a identidade do FC Porto.
Na segunda-feira, a 1.ª parte foi a pobreza futebolística a que já nos habituamos. O coitado do “Iniesta” fez umas jogatanas na ala e de repente foi transformado em extremo. Sobre o Lucho nem é preciso bater mais no ceguinho. O Jackson lá na frente, de goleador e de 4 o 5 oportunidades por jogo de repente mal toca na bola. Na 2.ª parte, só a entrada de Atsu mudou por completo a dinâmica da equipa para melhor. Passámos a ter um jogador a dar largura e profundidade ao ataque, um jogador a desequilibrar, um jogador a pôr em sentido o flanco direito do Braga. E o ganês nem fez nada de muito extraordinário, mas a sua presença e o seu estilo de jogo foi o suficiente para alterar a partida.
Mais tarde, VP, em desespero, lembrou-se que tinha Kelvin no plantel, mete o puto e de repente este decide a partida com 2 golos. Podemos pensar que foi um tiro de sorte, e se calhar até foi, mas é precisamente para isso que temos outros jogadores do plantel.
O que também podemos pensar é que se Izmaylov não tem sido expulso a meio da semana, se calhar na segunda-feira não tínhamos ganho o jogo…
Como Kelvin, que agora surge, tivemos nas últimas semanas o aparecimento de Castro, que é lançado na Madeira, é lançado para a Taça da Liga, e faz aquilo que outros jogadores dessa posição não vinham fazendo, ou seja, dar força, velocidade e alegria ao meio-campo e ao jogo do FC Porto. Até marcou um golito para amostra..
É caso também para recordar outras opções que foram desprezadas e que poderiam ter sido úteis nesta temporada, como por exemplo Djalma, de que eu já falei diversas vezes e que sempre defendi ser um jogador que poderia ser importante, ainda para mais capaz de ocupar a posição de defesa-direito; Miguel Lopes, que apesar de muito achincalhado era outro jogador capaz de render ou Danilo ou Alex Sandro; até Kléber, que de titular e a marcar golos no início da época passada, passou a ser um jogador fraco psicologicamente e sem confiança. VP nunca foi capaz de o recuperar. Sem falar sequer de outras opções e de outros jogadores que poderiam ter sido recuperados, como Fucile e que tanta falta faria.
VP não soube gerir as opções ao seu dispor, estourando física e psicologicamente com o núcleo duro da equipa. Não soube rentabilizar a malta mais nova, não foi capaz de no momento em que a equipa estava em alta, introduzir jogadores na equipa que fossem úteis e que permitisse igualmente que os jogadores nucleares fossem descansando. A equipa arrastou-se para um ponto de não retorno, indo acabar a época provavelmente com a sensação de que se deitou tudo a perder de forma estúpida.
Se relativamente à LC e Taça é evidente a incompetência e o falhanço total de VP, em relação ao campeonato há quem defenda a tese de que os pontos feitos por VP seriam os suficientes para ser campeão noutra temporada. Quanto a isso, também o disse em tempo útil, i.e., com o FC Porto em 1.º lugar, que considerava este campeonato um dos mais fracos de sempre - continuo com essa opinião e por isso não me iludo com as referências estatísticas. A diferença de FC Porto e Benfica para todos os restantes é enorme. O Sporting é aquilo que sabemos, o Sp. Braga, a 3.ª melhor equipa e que habitualmente rouba pontos aos grandes, tem 3 derrotas e 1 empate com FC Porto e Benfica, as restantes equipas passam por imensas dificuldades.
Este campeonato é fraco, está nivelado por baixo. Há a incrível possibilidade de duas equipas fazerem na mesma temporada aquilo que apenas três fizeram em 75 anos de história de campeonatos nacionais.
A época ainda não está terminada, mas eu há muito que já tirei as minhas conclusões. Com um treinador competente, teríamos largas possibilidades de termos sucesso nas principais competições, com VP arriscamo-nos seriamente (basta o Benfica não tropeçar) a falharmos todos os objetivos a que nos propusemos.
Somos Porto, mas isto não é Porto...
PS - No mesmo sentido, dê-se todo o mérito a Jorge Jesus, que com mais limitações no plantel desde o início da época tem conseguido fazer precisamente o oposto de Vítor Pereira, ou seja, rentabilizar e potenciar os recursos ao seu dispor e quando não os tendo, improvisar, adaptar e até recrutar com eficácia jogadores da equipa B. Foi a estrela do último campeonato conquistado pelo Benfica e este ano está perto de o voltar a ser.
Zefil, aqui
Ainda estávamos em 1.º lugar e eu já alertava para a necessidade de gerir os principais elementos do meio-campo, tendo em vista a fase decisiva da época. A verdade é que VP continuou a insistir nos mesmos de sempre, mesmo quando era visível a queda física e consequentemente a queda qualitativa dos jogadores e da equipa. A equipa foi-se tornando mais lenta, mais previsível, mais facilmente anulável pelos adversários.
O resultado de tudo isso foi a eliminação da Champions, o fraquíssimo jogo de Alvalade que nos custou a liderança e mais alguns desaires, mesmo que alguns pudessem deixar de o ser se a pontaria de Jackson fosse mais afinada…
O jogo de segunda-feira, tal como já disse, é um bom exemplo. Com dois extremos no banco, VP voltou a preferir colocar Defour na ala, voltou a insistir no centro em Lucho, que infelizmente já não pode dar mais do que aquilo que tem dado, voltou a insistir num jogo previsivelmente lento e afunilado, tendo em conta as características dos jogadores apresentados.
Podemos questionar se jogador x ou y que estão no banco têm ou não qualidade, é certo. E na minha opinião é aqui que se constata que VP ou percebe pouco de futebol ou tem muita pouca coragem. Numa equipa rotinada no 4x3x3, numa equipa que se quer rápida a trocar a bola e a desferir os ataques, é exasperante observar as opções tomadas jogo após jogo e que têm abalado por completo com a identidade do FC Porto.
Na segunda-feira, a 1.ª parte foi a pobreza futebolística a que já nos habituamos. O coitado do “Iniesta” fez umas jogatanas na ala e de repente foi transformado em extremo. Sobre o Lucho nem é preciso bater mais no ceguinho. O Jackson lá na frente, de goleador e de 4 o 5 oportunidades por jogo de repente mal toca na bola. Na 2.ª parte, só a entrada de Atsu mudou por completo a dinâmica da equipa para melhor. Passámos a ter um jogador a dar largura e profundidade ao ataque, um jogador a desequilibrar, um jogador a pôr em sentido o flanco direito do Braga. E o ganês nem fez nada de muito extraordinário, mas a sua presença e o seu estilo de jogo foi o suficiente para alterar a partida.
Mais tarde, VP, em desespero, lembrou-se que tinha Kelvin no plantel, mete o puto e de repente este decide a partida com 2 golos. Podemos pensar que foi um tiro de sorte, e se calhar até foi, mas é precisamente para isso que temos outros jogadores do plantel.
O que também podemos pensar é que se Izmaylov não tem sido expulso a meio da semana, se calhar na segunda-feira não tínhamos ganho o jogo…
Como Kelvin, que agora surge, tivemos nas últimas semanas o aparecimento de Castro, que é lançado na Madeira, é lançado para a Taça da Liga, e faz aquilo que outros jogadores dessa posição não vinham fazendo, ou seja, dar força, velocidade e alegria ao meio-campo e ao jogo do FC Porto. Até marcou um golito para amostra..
É caso também para recordar outras opções que foram desprezadas e que poderiam ter sido úteis nesta temporada, como por exemplo Djalma, de que eu já falei diversas vezes e que sempre defendi ser um jogador que poderia ser importante, ainda para mais capaz de ocupar a posição de defesa-direito; Miguel Lopes, que apesar de muito achincalhado era outro jogador capaz de render ou Danilo ou Alex Sandro; até Kléber, que de titular e a marcar golos no início da época passada, passou a ser um jogador fraco psicologicamente e sem confiança. VP nunca foi capaz de o recuperar. Sem falar sequer de outras opções e de outros jogadores que poderiam ter sido recuperados, como Fucile e que tanta falta faria.
VP não soube gerir as opções ao seu dispor, estourando física e psicologicamente com o núcleo duro da equipa. Não soube rentabilizar a malta mais nova, não foi capaz de no momento em que a equipa estava em alta, introduzir jogadores na equipa que fossem úteis e que permitisse igualmente que os jogadores nucleares fossem descansando. A equipa arrastou-se para um ponto de não retorno, indo acabar a época provavelmente com a sensação de que se deitou tudo a perder de forma estúpida.
Se relativamente à LC e Taça é evidente a incompetência e o falhanço total de VP, em relação ao campeonato há quem defenda a tese de que os pontos feitos por VP seriam os suficientes para ser campeão noutra temporada. Quanto a isso, também o disse em tempo útil, i.e., com o FC Porto em 1.º lugar, que considerava este campeonato um dos mais fracos de sempre - continuo com essa opinião e por isso não me iludo com as referências estatísticas. A diferença de FC Porto e Benfica para todos os restantes é enorme. O Sporting é aquilo que sabemos, o Sp. Braga, a 3.ª melhor equipa e que habitualmente rouba pontos aos grandes, tem 3 derrotas e 1 empate com FC Porto e Benfica, as restantes equipas passam por imensas dificuldades.
Este campeonato é fraco, está nivelado por baixo. Há a incrível possibilidade de duas equipas fazerem na mesma temporada aquilo que apenas três fizeram em 75 anos de história de campeonatos nacionais.
A época ainda não está terminada, mas eu há muito que já tirei as minhas conclusões. Com um treinador competente, teríamos largas possibilidades de termos sucesso nas principais competições, com VP arriscamo-nos seriamente (basta o Benfica não tropeçar) a falharmos todos os objetivos a que nos propusemos.
Somos Porto, mas isto não é Porto...
PS - No mesmo sentido, dê-se todo o mérito a Jorge Jesus, que com mais limitações no plantel desde o início da época tem conseguido fazer precisamente o oposto de Vítor Pereira, ou seja, rentabilizar e potenciar os recursos ao seu dispor e quando não os tendo, improvisar, adaptar e até recrutar com eficácia jogadores da equipa B. Foi a estrela do último campeonato conquistado pelo Benfica e este ano está perto de o voltar a ser.
Zefil, aqui
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