sábado, 10 de novembro de 2012

"Não posso falar com quem me apetece?"

Aconteceu durante a Missa com crianças.
Um catequista diz a um miúdo para estar calado durante a homilia. Resposta rápida e pronta: " Não posso falar com quem me apetece? Por que tenho de ouvir o padre?"
O responsável insistiu, tentando cativar o pequeno: " Olha, de caminho, o senhor padre faz-vos algumas perguntas e se responderdes certo, ele fica todo contente e Jesus muito mais. Por isso está atento..." Mais uma vez o rapaz desconcerta: " Bem me importa a mim! Faço o que eu quiser."

Eu sei. Um caso não são casos. Mas isto não deixa de revelar muito do que se está a passar hoje com as crianças e os jovens.
Muitos consideram-se os  reis do mundo, a medida de todas as coisas. É bom o que lhes agrada, é mau o que lhes desagrada. Quem os comanda é o "apetece-me" ou o não me "apetece".
O mal não está em questionarem, mas na maneira como o fazem, parecendo ter "o rei na barriga". Igualam tudo por baixo, não têm vivência do respeito aos mais velhos nem aos educadores. Não questionam a partir da reflexão, mas dos caprichos e manias, do que lhe vem à garganta.

Os valores? Quais valores qual carapuça! Muitos deles são hoje o campo imenso onde medra o relativismo. Nada é mal, nada é pecado, tudo se pode fazer, os outros não contam... "Desde que a mim me agrade e eu esteja bem, está tudo bem". Tudo se questiona, não por quer entender o sentido das coisas, mas porque certas verdades não convêm ao ego, aos gostos, aos apetites, aos ímpetos.

No plano da fé é a mesma coisa. Cada um crê naquilo que quer e acha bem e isso é que importa. O que a Igreja ensina? A fé do povo de Deus? O Evangelho? Nã... Isso não conta. "Creio no que me convém e enquanto me convém e como me convém"... Aliás está na moda muitos dizerem-se ateus (sem saber o que isso é), só porque ouvem aos colegas mais velhos e pensam que assim parecem mais "chiques"... Ou então questionar a fé que não conhecem nem querem conhecer...

Claro que esta postura dos mais novos revela muito do que são as famílias hoje. Espaço onde NÃO se vivenciam valores, educação e maneiras correctas de estar perante a vida, Deus e os outros. Há família que são desertos hoje!

Para onde nos pode levar esta situação???

Que ao menos a crise pudesse ensinar às pessoas o valor da simplicidade, do altruísmo, da educação nas relações pessoais.

2 comentários:

  1. Não sei para onde nos pode levar esta situação...mas sei quem são os culpados...Única e exclusivamente os pais...O que somos começa em casa!!!

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  2. Obrigado, Fábio, pela tua visita e pelos comentários pertinentes.
    Tudo de bom para ti.

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