Como o actual Bispo tem anunciado, não estará longe a sua substituição à frente da Diocese de Lamego.
A gratidão pelo serviço prestado estimula-nos à abertura ao novo ciclo que vai chegar.
Aqui partilho o meu humílimo contributo, na comunhão da Igreja que somos, aberto à riqueza da partilha.
1. Vivemos no tempo do "individual". Se isto pode trazer graves perigos, também nos alerta para a importância da pessoa humana e para a atenção que lhe é devida. O homem não é um ser perdido no meio da multidão, é uma pessoa.
É preciso uma atenção muito especial a cada sacerdote, centrada num diálogo franco, amigo, mobilizador. Especial empenho merecem os jovens padres, porque é preciso que o sangue novo lançado nas veias da diocese oxigene duravelmente o corpo diocesano, oferecendo-lhe entusiasmo, iniciativa, inquietação e alegria.
Claro que especialmente não quer dizer exclusivamente. O diálogo estende-se a cada sacerdote.
2. Desde há muito que se tem dado especial relevo à vocação sacerdotal, cuidando menos da vocação laical. Urge dar muito mais relevo a esta última sem esquecer a primeira.
Promoção e valorização do laicado precisam-se. Não só com palavras, mas "em obras e verdade."
Contribuir para a maioridade laical, levará à realização do crente e a mais e melhor compromisso, assumindo serviços que lhes competem e que ainda são desempenhados por padres.
3. Lançar a Igreja Local em caminhada sinodal rumo ao Sínodo Diocesano. Uma caminhada alegre, comprometida, mobilizadora que ninguém deixe ao lado ou para trás. Precisamos muito de ouvir o que o Espírito diz à nossa Igreja Diocesana.
4. Com atenção à decifração dos carismas que Deus distribui como quer e onde quer, é importante a colocação de dois ou três padres, a tempo inteiro, ao serviço da pastoral diocesana (catequese, jovens e família). Também a acção sócio-caritativa carece de mais ênfase e asas para a acção.
5. Fazendo do homem o caminho da Igreja como propôs o papa João Paulo II, é preciso virar a diocese para o mundo, menos centrada em problemas e questões internas, e mais voltada para o mundo, seus problemas e desafios, onde a caridade e profetismo caminhem irmanados. Acho este aspecto capaz de forte mobilização para a missão e fomentador da maior comunhão interna.
6. Unir em Cristo a vida da Igreja e de cada crente. É preciso que a Igreja mostre Cristo, testemunhe Cristo, reze Cristo. Nas devoções populares, nas festas e romarias, na pregação e catequização, na caridade e no profetismo. Partir de Cristo, levá-l'O ao homem deste tempo para que com Cristo o homem chegue ao Pai.
Muitas vezes me pergunto: "Onde fica Cristo no devocionismo popular ou na visão estruturalista da Igreja..."
7. Redefinição dos espaços pastorais à luz da realidade que somos, que possibilite uma melhor e mais eficaz distribuição dos sacerdotes. Tal poderia abrir espaço à comunhão com outras Igrejas Locais - e com a Missão. Poderia também facilitar uma maior valorização do clero pelo prosseguimento de estudos, visando uma resposta mais capaz aos problemas e desafios do homem do nosso tempo.
Penso que o Bispo que vai chegar precisará, logicamente, de um tempo de adaptação e de conhecimento da realidade que somos como Igreja Local. Para depois partirmos. Bispo, leigos, religiosos, padres. Todos. Para a missão.
Com gratidão pelo serviço prestado à Diocese pelo actual Bispo e pelos que o antecederam, preparemo-nos para o novo ciclo, abrindo portas e janelas à esperança.
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