Em tempos, esta era a Quarta-Feira de Trevas.
E, de facto, o ambiente está a condizer.
As negociações com a troika prosseguem e os sinais são pouco encorajadores.
A austeridade vai atingir toda a gente, mas irá doer mais a quem já tem menos.
Fala-se na redução do subsídio do desemprego, em alterações ao mercado laboral. Será inevitável. Mas é também o mais fácil.
Difícil seria moralizar os gastos públicos, rever algumas parcerias público-privadas, retirar o Estado da televisão e da rádio, etc.
Só que isto não vai apenas com medidas. E temos de convir que quem nos vem ajudar terá difículdade em lidar com certas situações.
Num momento tão aflitivo e em que vamos ter dois feriados seguidos (sexta e segunda), como entender mais meio feriado na tarde de amanhã?
Se temos de produzir mais, como perceber que, nos próximos dias, produzamos ainda menos?
O povo precisa de descomprimir, mas o trabalho não deixa de ser uma prioridade.
E nem sequer está em causa a participação nas celebrações destes dias. Elas, na maior parte dos sítios, já estão agendadas para o fim do dia.
Nesta altura, este não é o sinal mais positivo que podemos dar.
Precisamos de esperança. Mas esta só germina no colo da responsabilidade.
Já agora, outro dado que os nossos parceiros não compreenderão é que como é que estamos a contratar médicos quando muitos dos nossos estudantes de medicina têm de ir lá para fora?
Como produzir se nem conseguimos planificar?
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