domingo, 30 de maio de 2010

Pobres pagam a crise

A crise está aí. E agora vai ser sentida na carteira que é onde mais dói. Apesar das palavras dos nossos governantes, que segundo eles próprios são os melhores do mundo, todos vamos sentir no bolso que isso não passava de balelas. Claro que, apesar da areia que nos querem meter nos olhos, quem vai sofrer com mais essa crise são os pobres ou os que para lá caminham. Os que têm bons salários continuarão a frequentar os melhores restaurantes e a fazer férias nos sítios mais caros.

Senão vejamos, e os números são do Instituto Nacional de Estatística – o INE:
«O número de empregados a receber salários de 3.000 euros líquidos ou mais por mês aumentou 23% no primeiro trimestre do ano, para 28,6 mil pessoas, aprofundando a desigualdade de rendimentos na economia».
«O número de trabalhadores com remunerações superiores a 2.500 euros também aumentou de forma considerável (17% face ao primeiro trimestre do ano passado), para quase 27 mil pessoas».
O aumento substancial nos salários mais elevados acontece numa altura em que a taxa de desemprego atingiu o valor mais alto de sempre em Portugal (10,6% da população activa ou 592.200 desempregados), em que o desemprego dos mais jovens segue o mesmo padrão (22,7% de desemprego entre jovens activos dos 15 e os 24 anos) e em que a crise já apagou mais de 219 mil empregos desde que começou a afectar o mercado laboral, em meados de 2008.

Depois há a precariedade. Os contratos de trabalho a termo e outros ainda mais temporários avançaram 10% e 4%, respectivamente. Em compensação, a destruição de emprego fez-se à custa dos contratos permanentes, cujo número recuou 3,3%.
Quase dois milhões de portugueses vivem muito mal. Desemprego, velhice, doença e os baixos salários são as principais causas que ditam o infortúnio de quem tem apenas 366 euros, ou menos, para sobreviver. E vão ser estes e outros que se lhe vão juntar a sentir a crise a doer.

O governo podia optar por manter o IVA dos produtos que todos precisam e taxar com mais severidade o que só os "ricos" compram. E aplicar um imposto maior aos que têm grandes ordenados. Mas não! Mais uma vez os pobres é que vão pagar a crise.


In O Amigo do Povo

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.