Às vezes dou comigo a perguntar-me se não ando enganado, se este ano não será bissexto...
Pode perguntar o amigo leitor que motivo me leva a estas dúvidas e tem toda a razão.
Diz o povo que ano bissexto é ano de muitas mortes. Ora é esse o motivo. Realmente tem sido uma vaga incrível de falecimentos nesta paróquia.
Há dias um amigo brincalhão dizia-me que as pessoas morriam para me dar que fazer: "Apanharam-no reformado e para o senhor não morrer de tédio, toca a partir... Vê! Seus amigos!"
Tirando algumas excepções, poucas, têm sido pessoas idosas ou muito doentes as que nos deixaram. E referindo-se ao grande sofrimento de algumas delas, ouvi comentários neste estilo: "Fez-lhe Deus uma esmola. Estava a sofrer tanto!"
Então às vezes a morte lembra a trovoada, "é para onde lhe carrega". Este ano Valverde tem sido flagelado com uma série de funerais... Como dizia uma pessoa desse povo há dias: "Já chega, Senhor!"
Que a misericórdia divina os associe a todos à bem-aventurança eterna e sejam plenamente felizes no mar infinito do amor de Deus.
E que os vivos entendam que ninguém é daqui. Somos fruto do amor criador de Deus, chamados a viver neste mundo para o deixarmos um bocadinho melhor do que o encontrámos, mas caminhamos para a casa do Pai.
Às vezes, parecemos criança a quem o pai mandou fazer um recado. Só que o pequeno perdeu-se. Ora contemplando montras, ora jogando à bola com os colegas que encontrou, ora falando aqui e ali... Resultado? Desesperou o pai com a demora e até se esqueceu do recado que lhe fora solicitado.
Também nós. Em vez de adorarmos o Criador das coisas, adoramos as coisas do Criador. Resultado? Podemos chegar junto do Criador de mãos vazias...
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