"E a verdade é que nada justifica que os portugueses paguem, todos os dias, cerca de um milhão de euros para sustentar uma televisão que em quase nada se diferencia das suas concorrentes generalistas, SIC e TVI. A não ser no facto de estas terem que viver apenas da publicidade e outras receitas próprias e a RTP receber do Estado cerca de 300 milhões de euros por ano, em indemnizações compensatórias, contribuição audiovisual e dotações de capital (além dos 50 milhões que capta em publicidade). Em tudo o mais, a programação é quase idêntica (à excepção, no período da noite, da ausência de telenovelas, substituídas por concursos e afins), a informação não se distingue, o pluralismo e a diversidade não oferecem mais garantias do que na TVI ou na SIC. E nem nas audiências, apesar dos meios poderosos que tem ao seu dispor e de um orçamento quatro vezes superior ao das concorrentes, a RTP consegue superar a TVI e a SIC..."
"É por tudo isto que constitui um verdadeiro escândalo ver a RTP a oferecer 18 ou 20 milhões de euros para ficar com a transmissão de 60 jogos, forçando a SIC a sair de cena e a TVI a aumentar o preço da sua proposta. É, apenas, «um conceito de serviço público abrangente», justifica o presidente da RTP, Guilherme Costa. É, sim, na frieza dos factos e dos números, concorrência desleal. E descaradamente abrangente.Feita com o saco dos dinheiros públicos a fundo perdido."
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