Nunca é agradável presidir a um funeral. Depois de muitos anos numa paróquia, estabelecem-se laços e acabamos por nos sentir afectivamente ligados às pessoas, embora, naturalmente, em graus diferentes.
Hoje após uma manhã intensa e o almoço, presidi ao funeral de dois cristãos deste comunidade que partiram para o Pai no mesmo dia, eram do mesmo povo e foram a sepultar conjuntamente.
Antes da celebração, o neto de uma das pessoas defuntas falou comigo, dizendo que se precisasse dele para proceder a alguma leitura, estava disponível, o que veio a acontecer.
No fim da celebração, um familiar de cada defunto, veio agradecer comovidamente às pessoas que haviam sido solidárias com a dor da família atingida pela dor da partida do ente querido. Frase simples, rápida, carregada de gratidão.
Costumo ir no carro fúnebre, excepto quando são mais do que um. Neste caso sigo atrás dos carros funerários e rezo o terço com os que acompanham o funeral. Como hoje. As pessoas participaram na oração, respeitando os espaços de silêncio. Em cada mistério, uma pequenina reflexão sobre a Ressurreição de Jesus, penhor e garantia da nossa ressurreição.
Foram caindo umas pingas, contribuindo assim a chuva para um relativo apressar do passo.
Após o funeral, toca a meter-me no Peugeot e rumar a Santa Helena, pois estamos no 3º domingo do mês. Terço e Eucaristia.
Quando a Missa acabou, uma chuva grossa, pesada, vasta, vergastava a Serra, embora o frio não fosse nada de especial. As pessoas rapidamente sumiram e eu regressei também.
- Nós somos habituais em Santa Helena e não queríamos regressar à nossa terra sem o cumprimentar e lhe oferecer a protecção do sombreiro até ao seu carro - afirmou aquele simpático casal que me esperava à porta da capela.
Disse que era perto, não era preciso. Mas agradeci o simpático gesto de amizade.
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