Ao longo da minha vida sacerdotal, servi em diversas paróquias, todas nesta zona.
Volta e meia, encontro gente conhecida e ouço normalmente o desafio:
- O senhor nunca mais apareceu. Que se passa? Está zangado connosco?
Ou pessoas boas amigas que desafiam:
- Então não aparece lá por casa como antigamente. Porquê?
Os meus colegas sabem muito bem. Não gosto de aparecer em paróquias onde já estive.
Claro que nas confissões ou noutro serviço pastoral que me seja pedido, aí tem que ser...
Continuo a prezar muito os amigos, fico feliz quando os encontro e rezo por eles.
Mas não gosto de aparecer por que razão?
- É sempre difícil evitar comparações com o tempo em que passei por essas comunidades. E pode aparecer algo que seja menos positivo em relação a colegas e isto desagrada-me muito.
- Pode dar a ideia que me ando a meter onde não sou chamado.
- Depois, gostando de conservar o património de experiências e de aprendizagens que fui fazendo, vivo o presente e sonho com o futuro.
-Procuro seguir este pensamento: "Onde estiveres, está todo".
Ontem abri uma excepção, com o conhecimento e o anuir do pároco. Fui a Vilarinho.
Há muito que a família do senhor Ananias andava a insistir para os visitar e jantar com eles.
Como faleceu há pouco o pai, então aproveitei e presidi à Eucaristia na capela daquele povo por sua alma. Depois jantei com eles. Estavam todos. Ananias e esposa, filho, filhas e genros, netos.
Fui um momento de profunda familiaridade, onde me senti muito bem acolhido.
Obrigado, amigos!
Conservai sempre essa bela união familiar e esse espírito de entreajuda.
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