O Tríduo Pascal remonta aos primeiros séculos da Igreja. Temos notícia de que no século III da nossa Era, os cristãos preparavam o Domingo de Páscoa com dois dias de Jejum, espectivamente, 6ª feira e sábado Santos.
Actualmente, segundo as normas litúrgicas para a Semana Santa, o Tríduo Pascal apresenta-se não como um tempo de preparação mas como uma só coisa com a Páscoa. É o Tríduo da paixão e
ressurreição, que abrange a totalidade do mistério pascal. Cristo redimiu o género humano e deu perfeita glória a Deus, principalmente através de mistério pascal: morrendo, destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida. São três dias comummente chamados de «santos» porque nos fazem reviver o evento central da nossa Redenção; reconduzem-nos, de facto, ao núcleo essencial da fé cristã: a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. São dias que poderemos considerar com um único dia: eles constituem o coração e o fulcro de todo ano litúrgico, como também da vida da Igreja. Assim, o ápice de todo o ano litúrgico resplandece na celebração do Tríduo Pascal da paixão e ressurreição do Senhor, preparada na Quaresma e estendida com júbilo por todo o ciclo dos cinquenta dias sucessivos.
O Tríduo Pascal da paixão e ressurreição de Cristo é, portanto, o centro e o cúme de todo o ano
litúrgico. Logo estabelece a duração exacta do Tríduo: O Tríduo Pascal começa com a missa vespertina da ceia do Senhor, em Quinta-Feira Santa, alcança o seu apogeu na vigília pascal e termina com as vésperas do domingo de Páscoa. Todo este espaço de tempo forma uma unidade que inclui os sofrimentos e a glória da ressurreição.
A Quinta-Feira Santa está marcada pela instituição da Eucaristia, «verdadeiro sacrifício vespertino» (cf.141, 2). O ritual proíbe a celebração da eucaristia sem fiéis e recomenda a concelebração, que confere à cerimónia litúrgica uma nota de eclesialidade eucarística e de unidade entre eucaristia e sacerdócio. A cerimónia sugestiva e humilde do Lava-Pés orienta-se também para a Eucaristia.
A Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor é constituída por uma liturgia austera e sóbria. O centro da celebração é uma assembleia litúrgica não eucarística. É um dia de intenso luto e dor, mas iluminado pela esperança cristã. A devoção à Paixão do Senhor está fortemente arreigada na piedade cristã. A Igreja apresenta grande austeridade, nada distrai o nosso olhar do altar e da cruz.
O grande Sábado Santo é um dia de serena esperança e preparação orante para a ressurreição. Os cristãos dos primeiros séculos jejuavam neste dia como em sexta-feira santa, era o tempo em que o esposo os tinha deixado (Mt. 2, 19).
A Vigília Pascal é uma vasta celebração da Palavra de Deus que continua com o baptismo e com a Eucaristia. Os símbolos são abundantes e de uma grande riqueza espiritual – o ritual do fogo e da luz, o Círio Pascal, que evoca a ressurreição de Jesus e o povo de Israel no deserto guiado pela coluna de fogo; a liturgia da Palavra com Salmos e orações, percorrendo as etapas da história da salvação; a liturgia da iniciação cristã que, pelo Baptismo, incorpora novos filhos na Igreja; a renovação das promessas do baptismais e aspersão com a água benta que recorda a água com que fomos baptizados; por fim a Eucaristia que proclama a ressurreição do Senhor, esperando a sua última vinda (1 Cor. 11,26).
A liturgia convoca de novo os fiéis para o «dia que fez o Senhor» na missa do dia. A piedade cristã realiza a procissão de Cristo ressuscitado, ornamentando as estradas, tocando sinos e ao som da
música entoa o «Regina Coeli» à mãe de Jesus. O Aleluia, que fora suprimido na Quaresma, aparece repetidas vezes em sinal de alegria e vitória, de forma que o Aleluia pascal se tornou a aclamação própria do mistério pascal.
Vamos celebrar o Tríduo Pascal com todo o vigor da nossa fé e a alegria da nossa esperança. Aleluia!
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