Neste Ano Sacerdotal, tenho pensado também em sacerdotes que são "tesouros enterrados" ou, pelo menos, com pouca visibilidade.
Não me interessam nada questões que têm a ver com "subir na carreira", títulos - tantos deles arcaicos e paganizantes -, prestígio e coisas que tais. Não me situo numa linha da estrutura, mas do serviço que, penso, ser a única válida.
Não os posso mencionar a todos. Sei que houve sacerdotes mais velhos e que há sacerdotes mais novos fantásticos. Grandes crentes, enormes servidores do povo de Deus. Os que apresento, porque mais próximos de mim pela amizade ou pelo conhecimento, representam, ao fim e ao cabo, a imensa mole sacerdotal de enorme prestígio a quem, por um motivo ou outro, as "asas não cresceram".
P. Joaquim Correia Duarte. Uma pessoa e um padre de eleição. Organizado, metódico, rico de dons naturais, afável e atento, mais prospectivo do que reactivo, com grande estofo cultural que o leva a deambular pela investigação histórica, pelo romance e pela músca, com grandes preocupações pastorais que o conduzem a actualização constante, conciliador, amigo.
P. Adriano Alberto Pereira. Culto, dinâmico na discrição, atento, acolhedor e conciliador, de piada fina, alegria serena, capacidade enorme de ultrapassar barreiras entre pessoas, disponível, empreendedor e reformador.
P. Armindo Costa Almeida. De uma disponibilidade para o serviço sem medida, inteligente e estudioso, homem de reflexão e de interioridade, discreto, esmera-se até à perfeição em tudo o que faz.
P. José Pinto Rodrigues Guedes. Diz que "nunca foi muito de livros", mas entretanto é uma autêntica universidade de sabedoria de vida. Capacidade humana única para estar, escutar, abrir horizontes. Frontal sem ser excludente, empenhado ser ser obcecado, bem-disposto, atento, com grande capacidade de encaixe. Penso que tem tudo para ser o elo de ligação entre os padres, visitador de sacerdotes.
P. Adriano Monteiro. Homem de enorme coragem sem deixar de ser muito humano. Perspicaz, determinado, construtor de obras e da comunidade, inovador, afável, desprendido. Homem muito livre, nunca se deixou acorrentar pelo "política e eclesialmente correcto" e as "asas" ressentiram-se.
Apenas exemplos de colegas a quem as "asas" não cresceram, pelo menos tão longe quanto era possível voar no serviço. Às vezes por opção própria; outras, por falta de visão de quem tem dirigido a Igreja Local; outras ainda porque terá faltado uma mão amiga que ajudasse ao levantar do voo.
Sem dúvida, cada um deles tem exercido um valiosíssimo serviço ao Evangelho. Penso, contudo, que o voo poderia ser bem mais amplo para o bem de muitos mais.
Às vezes até no serviço somos constrangidos a servir pouco...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.