sexta-feira, 30 de abril de 2010

1 de Maio - Dia Mundial do Trabalhador






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Celebra-se, no dia 1 de Maio, o Dia Mundial do Trabalhador. E porquê este dia?
Em 1886, teve lugar, nas ruas de Chicago, uma manifestação de traba­lhadores para reivindicar a redução do horário de trabalho para oito horas di­árias. Teve início nesse dia, nos Estados Unidos, uma greve gera. No dia 3 de Maio, houve um pequeno levantamento e, a 4 de Maio, nova manifestação que terminou com o lançamento de uma bomba para o meio das forças policiais que procuravam dispersar os manifestantes, tendo morrido sete agentes. Es­tes ripostaram e mataram doze pessoas, ferindo várias dezenas.
Passados três anos, a 20 de Junho de 1889, por proposta de Raymond Lavigne, a Internacional Socialista propôs que se realizasse anualmente uma manifestação para lutar pelo estabelecimento das oito horas de trabalho por dia. A data escolhida foi o dia 1 de Maio. Assim foi sucedendo anualmente, mas todos os anos havia confrontos entre os manifestantes e as forças da ordem, morrendo nos confronto muitos manifestantes e agentes.
Em 1919, o Senado Francês ratifica o dia laboral de oito horas e proclama feriado, nesse ano, o dia 1 de Maio.
Cabe-nos agora perguntar: tinham razão os trabalhadores? De facto sim, pois o homem não é uma máquina laboral, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus, com a missão de continuar, de certo modo, a obra da Criação. Assim podemos ler no Génesis, capítulo 2, versículo 15, que o homem foi criado ut operaretur - para trabalhar.
Mas o pensamento de Deus tem de ser respeitado e, assim, o homem não pode nem deve esquecer "o Deus das coisas, para se entregar, em cheio, às coisas de Deus" - quer dizer: não pode fazer do trabalho uma escravidão, esquecendo Deus.
Mas, muitas vezes, infelizmente, não é o homem que se escraviza com o trabalho, mas outros que o escravizam. É frequente termos conhecimento de empregadores que não respeitam os contratos de trabalho, ou que mesmo os omitem, obrigando os trabalha­dores a trabalhar sem garantias, nem segurança, nem dignidade. Basta olhar para o que se passa entre nós com os imigrantes, e o que se passa no estran­geiro com os nossos emigrantes (e não só, mas quero referir os nossos).
Já no século XIX começaram a apa­recer problemas criados pela industria­lização, a ponto de rapidamente o Papa Leão XIII ter dado conta do conflito que se estava a desenhar entre 'o mundo do capital e o do trabalho'; vindo a terreiro coma Encíclica Rerum Novarum, de 15 de Maio de 1891.
Os trabalhadores ainda agora continuam a lutar pelos seus direitos, só que muitas vezes não o fazem da melhor forma. Abandonam, se é que chegam a começar, as negociações, para recorrer de imediato à greve, lançando muitas vezes o caos nas empresas. Ac­tualmente, em tempo de crise, deviam unir esforços - empregados e empre­gadores - para vencer a crise. Todos se deviam empenhar no bem comum e não esquecer o que diz a Doutrina Social da Igreja - a solidariedade é uma "virtude" e assim "todos nós somos ver­dadeiramente responsáveis por todos" (cfr. Solicitude Social da Igreja de João Paulo II).
Pelo que dissemos, pode parecer que o dia 1 de Maio é um dia de luto, quando ele só começou por ser um dia de luta. É actualmente um dia de festa e os Movimentos Operários da Acção Católica costumam celebrá-lo como "Dia da Solidariedade":
A Igreja, sempre atenta ao que se passa no mundo, não se alheou deste facto e quis dar a este dia uma dimensão de fé. Para isso, o Papa Pio XII, em 1955, instituiu a Festa de S. José Operário, que se celebra, cada ano, a 1 de Maio.
Maria Fernanda Barroca, in Jornal da Beira

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