quinta-feira, 18 de maio de 2023

SELEM, POR FAVOR, AS ALBARDAS

 Cada cavadela sua minhoca”: Tudo o que envolva a Igreja tem de dar polémica. Não adianta a boa-fé ou a presunção de inocência. A trupe dos zeladores e delatores não dorme em serviço. Agora o cavalo de batalha é o selo da JMJ 23. Assim, os bentos paladinos da ética e moral da “res publica” – sem qualquer respeito pela liberdade criativa – disparam em todas as direções.

Talvez eu seja retrógrado, insensível, desinformado ou malformado, mas continuo a pensar que anda por aí, à solta, muito jerico sem albarda. Numa sociedade plural, onde a massa encefálica não servisse apenas para preencher o espaço físico do crânio, a leitura/interpretação do dito selo (sem malvadez ou freios ideológicos) poderia ser um belo exercício de pasmo estético.

Pelos vistos, veio despertar em virgens puritanas os seus traumas e fantasmas hibernados do antanho. Por certo, nada que um bom divã ou uma estadia em clínica de psiquiatria não resolva... Uma leitura ideologicamente despoluída da “informação/explicação oficial” poderia ser um belo começo, um sinal de esperança, augúrio de melhorias mentais.

«O selo comemorativo do Vaticano é inspirado no "Padrão dos Descobrimentos", o monumento que retrata a expansão além-mar de Portugal que fica às margens do rio Tejo, no bairro de Belém, em Lisboa. A estilizada caravela tem na proa o Infante D. Henrique, impulsionador da expansão marítima do país e outros protagonistas do império marítimo português. O monumento - de 56 metros de altura e 46 metros de comprimento - foi construído em 1960, 500 anos após a morte do Infante, para celebrar a Era dos Descobrimentos portugueses, como por exemplo, a chegada ao território brasileiro em 22 de abril de 1500, considerado um dos momentos mais marcantes das grandes navegações realizadas por eles durante todo o século XV.

Da mesma forma como o timoneiro D. Henrique lidera a tripulação na descoberta do novo mundo, assim também no selo do Vaticano o Papa Francisco conduz os jovens e a Igreja, representada pela barca de Pedro, na descoberta desta “mudança de época” - como afirmou o Pontífice por ocasião da Conferência Eclesial de Florença, sem se resignar a navegar apenas em águas rasas a ponto de ignorar a realidade do porto que os aguarda.

Desenhado pelo artista Stefano Morri, o selo retrata, assim, o Papa na proa de um barco, inspirado na caravela do Padrão dos Descobrimentos, que conduz os jovens para o futuro. No canto superior esquerdo encontra-se o logotipo do encontro feito pela jovem designer portuguesa Beatriz Roque Antunez. Este delineia, sobre o fundo de uma grande cruz, o dinamismo de Maria ao visitar Isabel, segundo o tema escolhido para o evento: “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.

Numa mensagem em vídeo dirigida aos jovens em preparação para a JMJ de Lisboa, o Papa exortou: “neste encontro, nesta Jornada, aprendam sempre a olhar para o horizonte, a olhar sempre para além. Não levantem uma parede diante da vida de vocês. As paredes te fecham, o horizonte te faz crescer. Olhem sempre para o horizonte com os olhos, mas olhem sobretudo com o coração. Abram o coração a outras culturas, a outros rapazes, a outras moças que vêm também a esta Jornada.”»


(P. António Magalhães Sousa), aqui

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