quinta-feira, 8 de abril de 2010

"AS MENINAS DA COMENDA"

"AS MENINAS DA COMENDA" — é a história ficcionada de uma família que viveu nas margens do Douro, na segunda metade do século XIX e nos anos conturbados da Primeira República. É a História do Portugal de então, vivida na Província: no Douro, mais concretamente.
Nos palcos da vida, onde os dramas acontecem e se repetem, cruzam-se, numa amálgama de rostos, gestos e sentimentos, ricos e pobres, sãos e doentes, veneráveis e culpados.
Orgulhos e misérias, lealdades e traições... tudo faz a trama de uma história que envolve a Igreja e a Política, com ambições aventureiras e lutas encarniçadas. O orgulho e a insolência nunca foram bons conselheiros; a vaidade e o desaforo sempre conduziram a mau fim; as ambições desmedidas roubam e coíbem o bem-estar e a paz; a má educação dos filhos dá origem a futuros incertos e sombrios.
São as ambições estultas e a insolência detestável de uma família de ricos "feitos - à - pressa" e de fidalgos de última hora, que o presente romance pretende retratar: com afrontas à igreja, violação continuada de criadas e caseiras por parte dos senhores, entrega dos frutos proibidos dessas relações às tão faladas "rodeiras", numa palavra, exploração dos pobres e dos fracos por parte dos poderosos.
A história, que se introduz com terrores, possessões e bruxedos, abre com grandezas e esperanças, expande-se com amores prematuros, pequenos interesses e grandes ambições, vaidades e ciúmes, ódios e rancores, adultérios e traições, e transforma-se num drama cruento feito de crimes e desgraças impressionantes, repetidos uns atrás dos outros.
Contudo, como o bem acaba sempre por vencer o mal, um rebento germina finalmente na velha árvore da Comenda, para tudo redimir e salvar."

(Contra-capa do livro)

Mais um romance delicioso saído da pena ágil e fecunda do Dr. Correia Duarte.
Li-o de um trago, tal a envolvência narrativa que o autor cria com o leitor.

No centenário da instauração da República, o romance oferece-nos chaves de leitura para podermos penetrar nos ecos que o republicanismo teve na província, concretamente na nossa zona.

Não deixem de ler. A história romanesca fascina.
Depois a envolvência histórica que a anima tem muito a ver connosco. Também neste concelho a Igreja foi despojada de seus bens, começando no liberalismo.
As condições sociais - com um pobreza a raiar o escândalo - soarão aos mais novos como pura invenção. Mas foram reais. Se foram!

Parabéns, Dr. Correia Duarte! E que as musas o continuem a predilectar!

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