quarta-feira, 19 de setembro de 2007

SIMPLEX ou COMPLEX?

O governo tem anunciado constantemente o programa SIMPLEX como uma inovação que simplifica imenso a vida dos cidadãos.
Tenho ouvido a algumas pessoas que notaram melhorias, aqui e ali, na intrincada e asfixiante rede burocrática nacional. Claro que gostei.
Pessoalmente, ainda não o notei. Ou sou eu que tenho tido azar ou então não ando tão atento como deveria.
Agora, quando se envia a acta do casamento católico para a conservatória do registo civil, é preciso enviar fotocópias dos bilhetes de identidade das testemunhas. Afinal aqui não houve SIMPLEX, mas COMPLEX!
Nas escolas, a papelada ( ou o seu sucedâneo computador) não diminuiu. Pelo contrário. Para tudo e para nada, são precisos papéis e mais papéis... O tempo e a paciência que os professores gastam com a papelada!!!
E se precisa de se candidatar a algum apoio do Estado em nome da instituição que representa, então "Tá frito!" Papéis, cada dia mais um do que no dia anterior. Cada vez um diferente. Ele são reuniões, ele são viagens, ele são contactos, ele são exigências, ele são ... um martírio!
Como se ouve em surdina, muitíssimas vezes é o processo que o Estado usa para adiar o apoio, porque não tem dinheiro. Seria bem melhor que os governantes fossem sinceros: "Tenha paciência. Neste momento não há dinheiro. Espere até..." Não é o Estado uma pessoa de bem?
Agora atirar um pobre cidadão para uma rede infindável de burocracias, quando muitas vezes anda nestas coisas por amor à causa, sem qualquer interesse pessoal, é indigno.
Como diz o povo: "Deus nos dê paciência!"
Como diz Mário Soares: "Temos o direito à indignação!"

1 comentário:

  1. Concordo, de Simplex não tem nada, é um engano. Fizeram grande publicidade, criando por exemplo a "casa na Hora"...outro engano, as pessoas quando deram por ela estavam embrenhadas num Complex, até porque isso é trabalho dos Cartórios e as Conservatórias não estavam devidamente preparadas. Resultado muitos problemas e até uma certa suspeita por parte das pessoas da legalidade de tal acto.
    É o que chamo de pubicidade enganosa, ideias geniais e eleitorais para os que desconhecem estes meandros.

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